Diário da Manhã

domingo, 24 de novembro de 2024

Notícias

Metade dos gaúchos acredita que a esclerose múltipla limita a qualidade de vida dos pacientes

Metade dos gaúchos acredita que a esclerose múltipla limita a qualidade de vida dos pacientes
22 agosto
14:55 2018

Apesar da crença popular, a esclerose múltipla, quando tratada adequadamente, não afeta a qualidade de vida dos pacientes

Pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, encomendada pela Roche Farma Brasil, líder mundial em inovação em saúde, aponta que 50% da população do Rio Grande do Sul acha que pessoas com esclerose múltipla (EM) não podem trabalhar. A doença neurológica crônica, que atinge cerca de 35 mil pessoas no país, não tem cura nem prevenção. Apesar disso, a desinformação tende a ser um fator mais limitante do que a própria doença.

O estudo questionou a população sobre o grau de conhecimento da patologia e informações relacionadas. Os números revelam que 36% dos entrevistados acreditam que pessoas com esclerose múltipla não conseguem viver normalmente, disseminando o preconceito e dificultando o convívio social desse grupo. Outro dado que reforça este estereótipo é de que 40% dos respondentes acreditam que a EM é uma doença típica do envelhecimento, quando na verdade, a doença, caracterizada pelo ataque das células de defesa do corpo ao sistema nervoso, afeta, principalmente, jovens adultos de 20 a 40 anos, sobretudo mulheres, numa frequência de 2 a cada 1 homem afetado.

“A falta de conhecimento sobre a EM leva muitos portadores a esconder o diagnóstico por vergonha ou até mesmo medo de ser demitido e taxado como “esclerosado”, termo totalmente equivocado”, explica Dr. Jefferson Becker, presidente do Comitê Brasileiro de Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla e Doenças Neuroimunológicas (BCTRIMS). “Além de perder a renda e a convivência com colegas de trabalho e amigos, essa exclusão também pode ocasionar outros problemas e comorbidades, que são patologias que acontecem ao mesmo tempo, como a depressão”, afirma.

Ainda segundo o especialista, a desinformação atrapalha o diagnóstico precoce, que é fundamental para a eficácia do tratamento e para diminuir o risco de sequelas. Segundo o Datafolha, 43% das pessoas questionadas no RS nunca ouviram falar da doença e, consequentemente, não sabem qual o especialista mais indicado para identifica-la e tratá-la.

A familiaridade com a doença é importante que para se reconheçam os sintomas já em suas primeiras manifestações, pois podem ser facilmente confundidos com outros males. Os sintomas mais comuns incluem, mas não se limitam a: fadiga imprevisível ou desproporcional à atividade realizada, visão dupla ou embaçada, problemas de equilíbrio e coordenação, sensação de queimação ou formigamento, perda da memória, ainda que seja um sintoma tardio, transtornos emocionais e problemas sexuais, como perda de libido e sensibilidade.

“A consulta com o neurologista é fundamental. Quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances da personalização do tratamento, o que evita consequências mais danosas ao sistema nervoso. Com a terapia correta é possível reduzir a atividade inflamatória e os surtos, diminuindo o acúmulo de incapacidades durante a vida do paciente. Por isso, acreditamos que a conscientização da doença tem que ser um assunto frequente”, finaliza o médico.

Notícias Relacionadas

Comentários ()

Seções