Nem só de flores vive a primavera, nessa época do ano entram em cena também as alergias
Especialista do Hospital CEMA explica por que os alérgicos sofrem tanto com crises nessa estação e o que fazer para minimizar o problema
Os ácaros estão entre os grandes “campeões” de alergias, no Brasil. Colchões, estofados, poeira domiciliar escondem os inimigos número 1 de quem sofre com problemas alérgicos. E essas crises acontecem, geralmente, quando as temperaturas estão mais baixas. Então, acabou o inverno, acabam as alergias, certo? Errado. A primavera também não é uma estação muito agradável para os alérgicos. “Nesse período se intensificam algumas reações alérgicas, decorrentes do fenômeno de polinização das plantas. Os grãos polínicos são leves, e dispersos no ar, são facilmente transportados pelo vento. Quando o pólen liberado pelas flores entra em contato com a mucosa respiratória pode ocorrer uma reação nos indivíduos mais sensibilizados”, explica o otorrinolaringologista do Hospital CEMA (www.cemahospital.com.br), Marcelo Mello.
Cerca de 25% da população brasileira é alérgica, de acordo com dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). No que diz respeito aos alérgicos de primavera, a região Sul é a que mais sofre: 12% da população local têm uma hipersensibilidade ao pólen de gramíneas. “Vale lembrar que nem todos os pólens têm potencial alergênico, mas as gramíneas, incluindo o capim, estão entre as principais causas desse tipo de reação alérgica no País. A região Sul é uma das mais afetadas, pois é onde existe maior predominância dessas espécies”, detalha o médico.
As doenças que mais se manifestam, nesses casos, são a rinite, conjuntivite, asma e problemas de pele. Os sintomas variam entre coceira, vermelhidão nos olhos, lacrimejamento, coriza, espirros, prurido nasal ou na garganta e céu da boca e congestão nasal. Quando a alergia atinge a pele, pode ocorrer descamação, coceira e manchas na pele. Algumas pessoas podem sofrer com tosse, falta de ar e chiado no peito.
O tratamento visa a controlar os sintomas, por meio de medicações orais, sprays e até mesmo vacinas, sempre supervisionados por um médico. Existem medidas também para prevenir – ou minimizar – as crises. Conheça algumas delas:
– Forrar colchão e travesseiro com material impermeável para evitar contato com outros causadores de alergia, como ácaro e mofo;
– Evitar tapetes, carpetes, cortinas e brinquedos de pelúcia no quarto;
– Diminuir o uso de produtos químicos para limpeza, como amaciantes e desinfetantes;
– Deixar as janelas do quarto fechadas, preferindo o uso do ar-condicionado para a ventilação e a filtragem de partículas alérgicas, não se esquecendo da correta manutenção e higienização do aparelho;
– Não deixar roupas por muito tempo secando no varal;
– Lavar o cabelo diariamente para tirar o excesso de pólen;
– Lavar as mãos regularmente;
– Irrigar o nariz com soro fisiológico diversas vezes ao dia.