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quarta, 27 de novembro de 2024

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Doença silenciosa, a arritmia cardíaca mata 300 mil brasileiros por ano

Doença silenciosa, a arritmia cardíaca mata 300 mil brasileiros por ano
20 novembro
15:21 2018

Identificação precoce da doença, causada por falhas nos estímulos elétricos do coração, reduz chance de morte súbita

As arritmias cardíacas, um conjunto de doenças que provocam alterações no ritmo cardíaco, acometem mais de 20 milhões de brasileiros e nos casos malignos podem levar à morte súbita. De acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), elas matam 300 mil brasileiros por ano.

Segundo o cardiologista e arritmologista Pedro Veronese, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, arritmia é uma alteração na parte elétrica do coração. “Do ponto de vista de funcionamento, o músculo cardíaco pode até ser normal, ou seja, estruturalmente saudável, mas há uma disfunção na geração ou condução do estímulo elétrico”, esclarece.

Segundo o cardiologista, há vários tipos de arritmias cardíacas, algumas benignas, que não requerem tratamento específico; outras malignas, que apresentam risco de morte súbita. “Quando o paciente procura um especialista em arritmias cardíacas, ele geralmente quer saber duas coisas: qual o tipo de arritmia que ele tem e se há risco de morte súbita. “, explica o Dr. Veronese.

A prevenção é feita com o controle e tratamento de condições que predispõem às arritmias cardíacas e morte súbita, como por exemplo, pressão alta, diabetes, colesterol, tabagismo, abuso de álcool, entre outras. Além de morte súbita, algumas arritmias podem causar derrame (acidente vascular cerebral – AVC). A fibrilação atrial, por exemplo, é uma arritmia comum na prática clínica, principalmente nos pacientes com mais de 60 anos. Ela não costuma causar morte súbita cardíaca, mas, no entanto, pode produzir coágulos sanguíneos que se deslocam do coração para a cabeça, provocando um derrame.

A prevenção se destaca como a melhor opção no combate à morte súbita e, consequentemente, aumenta a qualidade e expectativa de vida do paciente. Para a população em geral, a partir dos 20 anos, recomenda-se realizar uma consulta para análise do histórico familiar, aferição da pressão arterial, mensuração do colesterol e glicemia, além da realização de exame físico completo para avaliação de possíveis alterações cardíacas e fatores de risco para arritmias cardíacas.

Com base nessas informações, o médico delineia medidas a serem adotadas pelo paciente. O aconselhamento geralmente privilegia um estilo de vida saudável com intensificação de atividade física, alimentação balanceada, controle da pressão arterial e de outros fatores de risco cardiovasculares. Em casos específicos, pode-se recomendar a interrupção de atividade física competitiva, a prescrição de medicamentos antiarrítmicos, de anticoagulantes, até a indicação de procedimentos invasivos como ablação por cateter ou implante de marcapassos cardíacos. “A recomendação para quem faz atividade física de forma competitiva é passar obrigatoriamente por uma avaliação cardiológica”, ressalta o Dr. Veronese.

Sintomas como palpitação, “falhas” e aceleração do coração são os mais comuns para sinalizar a presença da doença. Falta de ar e cansaço também podem ser provocados pelas arritmias e em alguns casos, a enfermidade pode até mesmo ser silenciosa. Portanto, deve-se estar atento aos fatores de risco como envelhecimento, pressão alta, diabetes, doenças da tireoide e coronária, drogas ilícitas, dentre outros.

Bebidas alcoólicas, energéticos, estimulantes e café em excesso podem levar à aceleração do coração. Essas substâncias ativam o sistema nervoso autonômico simpático, que inerva diretamente o coração, além de participar do controle da pressão arterial e dos batimentos do coração.

O estudo eletrofisiológico, “uma espécie de cateterismo da parte elétrica do coração” e o implante de marcapassos são técnicas pouco invasivas para o tratamento das arritmias cardíacas. A presença do aparelho no corpo do paciente normaliza sua frequência cardíaca tratando arritmias com frequências baixas. Já o cardiodesfibrilador implantável (CDI) é um tipo de marcapasso que trata arritmias com frequências elevadas. Este dispositivo tem a capacidade de detectar arritmias ameaçadoras à vida e dispara um choque para sua reversão.

Por meio de conhecimento, técnicas médicas, da tecnologia à disposição para diagnósticos e tratamentos, os pacientes têm à disposição meios capazes para prevenir arritmias cardíacas e morte súbita.

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