Mortalidade obstétrica – Brasil registra 2 mil mortes por ano
A cada ano, quase 2 mil mulheres morrem no pós-parto no Brasil
No Brasil, acontecem quase 2 mil mortes obstétricas por ano, segundo o levantamento da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (ANADEM), usando como base o DataSUS, plataforma de dados e estatísticas do Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com a pesquisa, foram 1.917 óbitos maternos em 2015, enquanto em 2016 ocorreram 1.829 mortes de mulheres durante e após o parto. Os períodos que constam no levantamento são os mais recentes disponibilizados pelo SUS.
De acordo com a ANADEM, as condições encontradas nas estruturas de saúde são algumas das principais causas para este cenário. “Alertar para a infraestrutura precária da saúde no Brasil serve para as mais importantes pautas de qualquer política adotada pelos gestores públicos”, afirma Raul Canal, presidente da Sociedade.
Já sobre a mortalidade de recém-nascidos, o DataSUS mostra que, anualmente, mais de 3% das crianças no Brasil morrem em seu primeiro ano de vida. Somente em 2018, foram 18,8 mil mortes.
“Em um país em que se discute a previdência por notar o envelhecimento da população, não se pode deixar tantas vidas se perderem em seus primeiros meses. É um gravíssimo erro de saúde pública e até de estratégia financeira”, pontua Canal.
Pelo Mundo
Nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um estudo, via Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), sobre água, saneamento e higiene nos hospitais pelo mundo.
Trecho deste levantamento aponta que 15% das mulheres têm complicações pós-parto, causando 303 mil mortes por ano no mundo, sendo 99% de falecimentos em países de baixa renda. Estes dados foram apontados pelo grupo Evitando Morte Materna e Deficiência (AMDD, em inglês), da Escola de Saúde pública da Universidade de Columbia Mailman.
A OMS ainda apresentou que a precarização da higiene nas estruturas de saúde matou pelo menos 900 mil recém-nascidos em todo o planeta, enquanto os números gerais de mortes de bebês estão em torno de 2,7 milhões anuais.
A análise da organização diz também que, cerca de 20% dos hospitais em todo o mundo, não contam sequer com banheiros adequados e que um montante de 1,5 bilhão de pessoas no mundo são afetadas com a falta de estrutura.