Avanço da meningite meningocócica do tipo W deixa médicos em alerta
Apesar de não ser o tipo dominante no Brasil, incidência do sorogrupo W, que tem alto índice de letalidade, vem aumentando no país nos últimos anos
Causada pela bactéria Neisseria meningitidis (meningococo), a meningite meningocócica é uma doença grave que pode levar à morte ou deixar sequelas graves em suas vítimas. Considerada endêmica no Brasil, com mais de dois mil casos por ano desde 2010, a doença apresenta classificação em 12 sorogrupos, sendo que A, B, C, Y, W e X são os responsáveis pelos registros em todo o mundo.
No Brasil, o sorogrupo C é o mais comum, porém existe uma preocupação global das autoridades de saúde em relação ao tipo W, que começou a circular com mais intensidade em diversas regiões do mundo. Na América do Sul, circulou especialmente na Argentina e no Brasil. Atingiu ainda o continente africano e se espalhou para países como EUA, Canadá e Austrália.
O estado brasileiro em que a circulação do tipo W tem chamado mais atenção é Santa Catarina. Apesar da diminuição de vítimas da doença de 1,7% em relação ao último ano, o sorogrupo W correspondeu a 39,3% dos casos em 2018.
Segundo especialistas, esse é um sorotipo muito mais virulento, isto é, mais potente em comparação com os outros subgrupos de meningococo. E isso causa grande preocupação, pois a taxa de letalidade é mais alta. Um ponto importante que deve ser observado em relação ao W é o seu modo de manifestação que, em muitos casos, difere da forma típica dos sintomas da meningite. É comum, por exemplo, o apare-cimento de problemas gastrointes-tinais, o que dificulta o diagnóstico e adia o início do tratamento, aumentando o risco de óbito.
A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. O tipo causado por bactérias é mais perigoso do ponto de vista da saúde pública devido à possibilidade de surtos e, ainda, pela gravidade dos casos. O meningococo pode ser transmitido de pessoa para pessoa por contato próximo (tosse, gotículas de saliva, beijo etc.) ou por contato prolongado, principalmente entre pessoas que moram na mesma casa.
A melhor maneira de prevenir a doença é a vacinação. Atualmente, o Programa Nacional de Imunização (PNI) disponibiliza a vacina contra Meningite tipo C a crianças dos três meses de idade até menores de cinco anos, com um reforço entre os 11 e 14 anos. Na rede privada, é possível encontrar a vacina meningocócica contra os sorogrupos B e ACWY, indicada a partir dos dois meses.