Ação reúne hospitais da cidade para falar sobre a importância da doação de órgãos
As Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) dos hospitais de Pelotas reúnem-se, neste sábado (24), para a distribuição de material educativo e elucidativo sobre a doação de órgãos. O encontro será no Mercado Central, das 14h às 18h.
“O número de transplantes no Brasil vem aumentando, mas precisamos trabalhar muito para desmistificar o assunto. A recusa familiar ainda é o principal obstáculo para a efetivação das doações”, afirma a enfermeira Kelly Laste Macagnan, coordenadora da CIHDOTT no Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP).
Todo paciente em morte encefálica pode ter os órgãos doados. A morte encefálica é a morte do cérebro. Após o diagnóstico de morte encefálica, a família deve ser consultada e orientada sobre o processo de doação de órgãos.
Como parte da política nacional de transplantes, o Ministério da Saúde determina que todos os hospitais, públicos, privados e filantrópicos com mais de 80 leitos constituam a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes.
Conscientização – A semana foi marcada por encontros e ações entre a Santa Casa de Misericórdia de Pelotas, Beneficência Portuguesa, Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas, HUSFP e a Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos (ADOTE) para informar pacientes e familiares. De acordo com a legislação atual, é a família quem decide e autoriza a doação de órgãos. Para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, mas é fundamental comunicar à família o desejo de ser um doador.
Conjuntamente, os hospitais da cidade exibem em suas fachadas uma faixa, chamando atenção para a Semana Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos. No prédio da prefeitura também foi colocada a mesma faixa com uma iluminação verde, cor que caracteriza a campanha.
A Semana Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos, iniciativa da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), Ministério da Saúde, secretarias estaduais de Saúde, prefeituras e hospitais, é realizada anualmente na última semana de setembro, com o objetivo de chamar atenção para a importância da doação de órgãos. O Dia Nacional da Doação de Órgãos é celebrado dia 27 de setembro.
Doação após a morte – Um único doador pode salvar até oito vidas. Do doador falecido podem ser retirados para transplante: duas córneas, dois rins, dois pulmões, fígado, coração, pâncreas, intestino, pele, ossos e tendões.
Doação em vida – Para a doação em vida a compatibilidade sanguínea é primordial e não pode haver qualquer risco para o doador. É possível doar um dos rins, que é o transplante intervivos mais comum. Também pode-se doar parte do fígado ou do pulmão, medula óssea e pele.
Por lei, cônjuges, pais, irmãos, filhos, avós, tios e primos podem ser doadores. Não parentes podem ser doadores somente com autorização judicial.
Morte Encefálica – O Brasil possui um dos protocolos de morte encefálica mais rígidos do mundo. No nosso país, a morte encefálica precisa ser confirmada por dois médicos especialistas e por exames específicos, o que torna o diagnóstico seguro.
A morte encefálica é a interrupção irreversível das atividades cerebrais, causada mais frequentemente por traumatismo craniano, tumor ou derrame. Como o cérebro comanda todas as atividades do corpo, quando este morre, significa a morte do indivíduo.
A morte do encéfalo não é a mesma coisa que o coma. No coma, o paciente está desacordado e vivo, tendo o comando das funções básicas de manutenção da vida.