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segunda, 25 de novembro de 2024

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Adaptar receita de medicamentos às necessidades dos pacientes aumenta a adesão ao tratamento

Adaptar receita de medicamentos às necessidades dos pacientes aumenta a adesão ao tratamento
12 setembro
15:20 2018

O cuidado centrado no paciente e não na doença envolve potencializa o tratamento

Recentemente, uma estudante de medicina adaptou, junto com sua professora, a receita de um paciente analfabeto para que ele pudesse entender o horário em que deveria usar os medicamentos, de acordo com adesivos coloridos inseridos na prescrição. Manuela Lemos, aluna da UFPA em Belém, capital do Pará, teve a foto viralizada nas redes sociais por ter dado um exemplo de atendimento personalizado e sensível às necessidades de seu paciente.

Essa adaptação da receita médica é praticada por vários profissionais no país, especialmente na Estratégia Saúde da Família, onde as desigualdades sociais estão mais presentes e os profissionais costumam lidar com pessoas que apresentam dificuldades na leitura das receitas.

A professora de Manuela, Rayssa Miranda, é médica de família e comunidade e orientou a confecção da receita. “A iniciativa de adaptar a receita aumenta a adesão do tratamento pelo paciente, pois ele compreende melhor o que está sendo prescrito e assim se sente mais acolhido em suas especificidades. Em um cenário de exclusão social como o que costumamos atuar, compreender bem a pessoa que está em atendimento e a sua realidade é imprescindível para o sucesso de qualquer tratamento. Essa característica de atender de forma personalizada é um dos aspectos mais importantes da nossa especialidade”, explica Rodrigo Lima, médico de família e comunidade, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC).

O cuidado centrado no paciente e não na doença envolve, por parte do profissional, a habilidade de promover uma comunicação entre iguais, e não se apresentando como alguém superior apenas por deter o conhecimento técnico. As pessoas que são atendidas em consultórios já chegam fragilizadas por sua doença, e muitas vezes tem vergonha do seu nível de escolaridade.

Esse cuidado horizontal potencializa a confiança e faz até com que a pessoa se abra mais e desabafe sobre determinados aspectos que possam afetar a saúde no dia a dia. “Olhar o paciente como um todo é um dos principais conceitos da medicina de família e comunidade, especialidade médica que atende pacientes em todos os estados do Brasil, no SUS e nos planos de saúde.

Essa atenção auxilia o médico a decifrar alguns motivos de determinadas doenças, principalmente as crônicas, que precisam de acompanhamento e tratamento contínuo dependendo da gravidade. Muitas delas têm fundo emocional, então se inserir no universo da pessoa atendida, é essencial para oferecer uma boa consulta e ter uma boa resolutividade, que promova de fato a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, conclui.

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