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sábado, 23 de novembro de 2024

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AGENTES CULTURAIS: Prazo para inscrição no Edital Aprendizes de Griô está terminando

AGENTES CULTURAIS: Prazo para inscrição no Edital Aprendizes de Griô está terminando
15 agosto
13:51 2024

O projeto Povo que Gira e Ginga pretende selecionar Agentes Culturais que atuam a partir dos saberes e fazeres tradicionais da capoeira e do terreiro

Marcelo Gonzales

@celogonzales @vidadevinil

O prazo para se inscrever no edital de seleção de Aprendizes de Griô, do Projeto Povo que Ginga e Gira, está terminando, será no dia 18 de agosto (próximo domingo). Esse projeto será realizado com recursos da Lei Complementar nº 195/2022. Edital SEDAC/LPG: Pesquisa, Registro e Memória. Ministério da Cultura e Secretaria da Cultura do Estado.

Valorização do conhecimento afro-brasileiro

Concebido pelo Mestre Jarrão, O projeto “Povo que Ginga e Gira” tem como principais objetivos valorizar e salvaguardar agentes culturais que atuam a partir dos saberes e fazeres tradicionais da Capoeira e do Terreiro, promovendo o resgate cultural destas comunidades tradicionais por meio de práticas de aquilombamento. O projeto busca juntar o povo da Capoeira (povo que ginga) e o povo do Terreiro (povo que gira), visando preservar a cultura negra, a religião de matriz africana, a Capoeira e a roda de Capoeira, além de salvaguardar os ofícios de Mestre de Capoeira, de Babalorixá e de Iyalorixá.

Mestre Jarrão é Mestre de Capoeira, professor, escritor e mestre da cultura popular. Tem uma trajetória focada em inclusão e cidadania, atuando em comunidades periféricas de Pelotas, nos Quilombos e nos Bairros. Desenvolveu projetos como “Capoeira no Quilombo”, “Capoeira no Bairro”, e “Vem Ler Mais Eu”. Foi professor na University of Essex durante sua estadia em Londres. Seu livro “O Ser Capoeirista” foi traduzido para o inglês e francês. Em 2023 lançou seu segundo livro, “O Encontro de Si na Capoeira”. Recebeu o Prêmio MINC Sérgio Mamberti de mestre da cultura popular em 2024. E fala um pouco sobre esse projeto: “A maior importância desse projeto com o povo de Pelotas é a ancestralidade da Capoeira com os Terreiros, que é algo que nunca poderia ter se separado… A Capoeira e o Candomblé nasce do mesmo berço, da mesma árvore, da mesma energia, e, pelo preconceito e o racismo acabou tendo essa separação… Até porquê a Capoeira foi proibida por muito tempo, e essa separação aconteceu com a separação mesmo dos povos, né? Por que o Quilombo é um lugar também que te cura de sabedoria e de conhecimentos, de passar o que os mais velhos aprenderam para os mais novos. E sabedoria e conhecimento é poder, então, separando, dividindo, a gente fica mais fraco, e esse projeto vem pra quilombar esses dois povos, pra ficar mais forte, pra lutar porque a gente está vivendo hoje na busca da nossa ancestralidade”, e continua: “o impacto que vai dar esse projeto com a Capoeira e dentro dos Terreiros é algo que vai fazer esses dois povos ver que é possível… é possível essa união, é possível esse poder! Pelotas… sabe… aqui foi o último lugar do Rio Grande do Sul e do Brasil que a escravidão acabou… em todas as partes do Brasil já tinha acabado e aqui em Pelotas ainda tinha a escravidão, e tem toda essa resistência, tem toda essa força dos Terreiros… o projeto é de certa forma uma lembrança. Ele mostra que a gente tem que lembrar e estar sempre junto, lutando pela sociedade, pelo nosso espaço, pela nossa cultura e pelas nossas tradições. O impacto maior vai ser esse daí, das comunidades, pra quilombar mesmo, de ter essa junção e que os mais novos vejam os mais velhos tentando lutar pelos eu espaço, pelos seus direitos”.

Através de ações abertas e gratuitas à comunidade, o projeto objetiva criar espaços e momentos de compartilhamento entre os agentes culturais, os quais irão transmitir seus saberes e práticas, trabalhando de forma coletiva e parceira. A proposta do projeto é também possibilitar ações de continuidade e preservação do legado ancestral.  Este edital tem como objetivo selecionar aprendizes que irão atuar como professores de Capoeira, Griôs-aprendizes de Iyalorixá ou Babalorixá, além de colaborar em todas as ações do projeto.

O projeto visa promover o aquilombamento do povo da capoeira com o povo do terreiro.

Contemplado com recursos da Lei Paulo Gustavo da SEDAC RS, o Povo que Ginga e o Povo que Gira convida à comunidade de Pelotas a participar desse projeto. A principal ideia é salvaguardar os ofícios de Mestre de Capoeira e de Iyalorixá e Babalorixá. O projeto vai promover oficinas, encontros de trocas de saberes, ação de capacitação e muito mais.

Mestre Jarrão é diretor da Escola Povo que Ginga, e esse projeto foi desenvolvido de forma conjunta pela Iyalorixá Iyá Gisa de Oxalá da Comunidade Beneficente Tradicional de Terreiro de Caboclo Rompe Mato Ilê Axé Xangô e Oxaláe; pela Iyalorixá Cristiana d’Oyá do Terreiro Ilê Axé de Oyá e Terreiros de Preta Velha Maria Redonda; e pelo Babalorixá Wellington Matos Castanheira (Pai Baiano) do Terreiro Caoju – Centro Africano de Pai Oxalá e Mãe Jurema Seguidores de Iya Neci. Além destes, participam do projeto o Mestre Preto e o Mestre Churrasco.

Serão selecionados seis (06) agentes, sendo três (03) vagas para cada categoria, além de três (03) vagas para cadastro reserva. Serão reservadas pelo menos duas (02) vagas para pessoas negras e pelo menos duas (02) vagas para pessoas com deficiência (PcD).

Maiores informações no Instagram @gingaegira

https://drive.google.com/file/d/1SfcpgWX4XhEFbnHr_iylQzPJDWeI0xN1/view?usp=sharing

Link para acessar o edital completo

 

Foto: Valder Valeirão

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