Diário da Manhã

sábado, 18 de maio de 2024

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Armadilha fotográfica captura imagens de espécie ameaçada de extinção

01 julho
14:36 2014

Um exemplar de gato-do-mato-grande (Leopardus geoffroyi) com pelagem enegrecida ou melânica foi registrado pela equipe da Gestão Ambiental (STE S.A.) das obras de duplicação da BR-116/RS.

Inserida na categoria vulnerável de ameaça de extinção no Rio Grande do Sul e quase ameaçada no Brasil, a espécie foi flagrada pelo equipamento no dia 13 de maio.  “É um felino com ocorrência descrita somente para o Bioma Pampa, ou seja, no Brasil ele ocorre somente na região sul do Estado”, afirma a bióloga Michele Buffon Camargo, especialista em mamíferos da STE S.A. Ela explica que o melanismo “é uma variação genética relacionada com a concentração de pigmentação numa determinada área do corpo, afetando também pêlo, penas, pele e escamas, criando assim novos padrões nos animais”. Em geral, a coloração da pelagem do gato-do-mato-grande varia de cinza-clara a amarelo-ocre, e o corpo é coberto por pequenas pintas negras sólidas.

Gato-do-mato-grande melânico foi registrado durante amostragem da Gestão Ambiental das obras de duplicação da BR-116/RS

Gato-do-mato-grande melânico foi registrado durante amostragem da Gestão Ambiental das obras de duplicação da BR-116/RS

As imagens do felino foram capturadas por meio de armadilha fotográfica instalada na mata ciliar do Arroio Pelotas, um dos pontos de amostragem do Programa de Monitoramento de Fauna e Bioindicadores.

O equipamento utilizado pela equipe consiste de uma máquina fotográfica acondicionada em caixa e controlada por sensores de raios infravermelhos, os quais são capazes de detectar o calor corporal irradiado e movimentos que acionam o seu funcionamento. No livro Mamíferos do Rio Grande do Sul (Editora UFSM) constam outras informações sobre este felino carnívoro, de hábito solitário, terrestre e noturno. Em relação às principais ameaças a sua existência, a obra menciona a alteração de seus hábitats por atividades de pecuária, queima de campos nativos e drenagem de áreas úmidas, além da caça motivada por predação a animais domésticos e atropelamentos.

Outros mamíferos ameaçados de extinção já foram registrados pela Gestão Ambiental, como a lontra, a paca, o quati, o gato-mourisco e o gato-maracajá. As campanhas de bioindicadores ocorrem trimestralmente com o objetivo de enriquecer o conhecimento sobre os animais da região e, assim, subsidiar ações de manejo e conservação da fauna para mitigar o efeito que a duplicação da rodovia pode causar a ela. Os grupos estabelecidos para o monitoramento incluem ainda os peixes, anfíbios, répteis e aves.

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