ARTIGO: Empresário brasileiro, o novo bode na sala

Por Luiz Carlos Bohn
O progresso socioeconômico é alimentado pela iniciativa empresarial, em um ambiente de competição. A disposição de inúmeras pessoas para correr risco, colocar a poupança da sua vida em jogo, se endividar, trabalhar jornadas muito mais longas do que as previstas em lei, e apostar sua vida em uma ideia de negócio. Essa iniciativa, sem garantia nenhuma de sucesso e que deixa vários pelo caminho, é capaz de gerar muito valor para a economia. É dela que saem as inovações, de que tanto falamos e buscamos estimular hoje em dia. Dela, o consumidor se beneficia, e não o contrário.
A postura acusatória, em tom de ameaça, em relação aos empresários, sem nenhuma evidência em seu favor, é, além de leviana, uma oposição ao progresso. A frase “estamos tentando encontrar uma solução pacífica, (…) se não, vamos tomar atitudes mais drásticas” (Jornal Valor Econômico, 07/03/2025) ilustra perfeitamente o pensamento do presidente Lula. Infelizmente, o mandatário de nosso Poder Executivo acredita, ou tenta convencer a população, de que exista algo como uma “guerra”, em que os empresários são os inimigos. Nada mais equivocado, como mostra a ciência, tão evocada por políticos nos últimos tempos.
Ao invés de buscar bodes, o Governo deveria resolver os verdadeiros problemas que causam a inflação, que estão ao seu controle. Sugerir que a inflação vem da “especulação empresarial”, enquanto aumenta carga tributária e sustenta um déficit público vultoso, que pressiona a inflação diretamente e via taxa de câmbio, é ignorar o que já aprendemos como sociedade.
Presidente da Fecomércio-RS Sesc/Senac