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quinta, 02 de maio de 2024

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CAIXA e IHGPEL apresentam um recorte histórico sobre a prática do futebol pelotense na 22ª Fenadoce

CAIXA e IHGPEL apresentam um recorte histórico sobre a prática do futebol pelotense na 22ª Fenadoce
06 junho
14:54 2014

A Caixa é, de 04 a 22 de junho, o banco oficial da 22ª Fenadoce – Feira Nacional do Doce, o maior evento da região extremo sul do Estado. Na edição deste ano, que coincide com os jogos da Copa do Mundo, a Caixa – maior patrocinadora do futebol brasileiro, abordará em seu estande institucional, na Praça dos Patrocinadores, parte da história desse esporte em Pelotas na primeira metade do século XX, através de fotos e documentos, e o que este representava para a comunidade.

O trabalho de resgate foi realizado por estagiários do Instituto Histórico e Geográfico de Pelotas (IHGPEL), sob a coordenação de sua presidente, Maria Roselaine da Cunha Santos. A pesquisa histórica baseou-se em cinco décadas de documentos originais – súmulas e atestados de jogadores da Liga Pelotense de Futebol pertencentes ao arquivo histórico do IHGPEL, ao acervo pessoal dos jogadores Blanádio Oliveira (Milionário) e Armando Ossanes (Jacaré), bem como da colaboradora  Maria José Talavera Campos que forneceu foto de seu pai como jogador do Esporte Clube Pelotas. O senhor Blanádio, conhecido no meio esportivo como “Milionário”, jogou em diversos times da cidade e construiu, por décadas, um acervo riquíssimo em fotografias, utilizadas em 95% das informações retratadas nos principais painéis do estande.

Os registros fotográficos possibilitaram a comprovação da existência de mais de 100 times atuando no futebol amador entre as décadas de 40 e 60, formados em escolas, empresas, associações de bairro e clubes sociais. A quantidade de times era conseqüência da facilidade em encontrar locais onde jogar. O espaço urbano, à época, possibilitava a reunião de pessoas aos finais de semana para a prática. Era grande a presença de crianças nos campos de várzea – futebol amador- e de madrinhas de times, o que garantia a presença feminina nos campos.

Os documentos da Liga Pelotense de Futebol mostram que, até o final da década de 30 o Esporte Clube Fiateci (Fiação e Tecidos Pelotense) e o Clube Atlético Bancário, jogavam na mesma categoria que o Esporte Clube Pelotas, Grêmio Atlético Farroupilha e Grêmio Esportivo Brasil. Os três times que continuam atuando no município tiveram diferentes formas de criação. O Esporte Clube Pelotas foi fundado em 1907 a partir da fusão de dois times amadores. O Grêmio Atlético Farroupilha surgiu na década de 40 a partir do 9° Regimento de Infantaria e, durante muitos anos, militares de patente superior eram os treinadores, médicos e massagistas do time. O Grêmio Esportivo Brasil foi criado para suprir as necessidades esportivas das classes mais populares da sociedade, visto que os outros dois times profissionais tinham direcionamentos diferentes em sua formação  esportiva.

Uma curiosidade também apresentada é a Ata nº 01 do Club Athletico Bancário, datada de 10 de dezembro de 1925. Na ocasião, um grupo de funcionários de diversos bancos locais reuniu-se na sala de sessões do Banco Pelotense para tratar da fundação de um clube desportivo. Consta ali, em palavras da época, que “o desporto, bem comprehendido, importa, a um tempo, em disciplina moral e em educação hygienica: uma é complemento da outra. O desporto torna-se então, não só fator de fortalecimento physico, como, sobretudo, de adeantamento moral”.

Segundo a presidente Maria Roselaine, o IHGPEL, como instituição que tem responsabilidade com a verdade cultural e histórica, não pretendeu, com essa pesquisa, fazer um histórico do futebol pelotense, mas sim apresentar um panorama do futebol e de todo o seu entorno social. Para a historiadora, a urbanização ocorrida em Pelotas nos últimos quarenta anos preencheu os espaços antigamente ocupados por campos onde as crianças aprendiam futebol brincando. Hoje, alguns jovens se espremem em locais inadequados para a prática e outros poucos têm acesso a quadras sintéticas, escolinhas de futebol, etc. “A forma em que hoje ocorrem estas relações são completamente diferenciadas, percebe-se uma exclusão social num esporte que nasceu elitizado e se tornou popular nos pés descalços de meninos pobres. Os painéis denotam a presença de pessoas das mais diferentes idades unidas em um objetivo comum. A verdade que todos conhecemos é a de que o amplo conhecimento leva a uma condição maior de maturidade e contribui para formar cidadãos capazes de ir contra as vertentes de aculturação e massificação. É preciso disponibilizar oportunidades concretas, nada se edifica sem base”, explica.

O superintendente regional Extremo Sul da Caixa, Adilson Christovam, ressalta a importante parceria com o IHGPEL em mais uma edição da Feira, levando história e conhecimento aos seus visitantes. “A Caixa, como instituição pública, tem uma postura consolidada em relação à cultura e ao esporte brasileiro. Misturar estes elementos num evento com a magnitude da Fenadoce é acreditar no potencial humano e promover a inclusão social”, concluiu.

Camiseta Canarinho da Seleção Brasileira de Futebol – A Caixa e o IHGPEL estarão também homenageando, durante a Fenadoce, o gaúcho Aldyr Schlee, que criou há 60 anos a legendária camisa Canarinho, uniforme número 1 da seleção brasileira. O jaguarense Aldyr Schlee participou, em 1953, aos 19 anos, quando morava em Pelotas, do concurso promovido pelo jornal carioca Correio da Manhã para a escolha do novo uniforme da seleção brasileira, vencendo 201 candidatos. Depois da promoção, a então Confederação Brasileira de Desportos (CBD) oficializou a vestimenta.

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