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Casos de câncer caem, mas diagnósticos da doença seguem aumentando entre população mais pobre

Casos de câncer caem, mas diagnósticos da doença seguem aumentando entre população mais pobre
22 março
10:09 2019

Apesar de muitas pesquisas apontarem que o número de casos de câncer estarem diminuindo mundialmente, quanto mais baixa a classe social das pessoas, maior a taxa de mortalidade da doença

O câncer é um grave problema de saúde pública no mundo. Em 2018, matou globalmente cerca de 10 milhões de pessoas, segundo dados da Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer. Buscar uma cura para essa doença é um grande desafio para a Medicina mas, mesmo sem um solução ainda definitiva, os tratamentos vêm evoluindo ano após ano, assim como a taxa de mortalidade vem caindo.

Todos os anos, a American Cancer Society estima o número de novos casos de câncer e mortes que ocorrerão nos Estados Unidos. O último relatório anual da sociedade, publicado no início de 2019 pelo Cancer Journal for Clinician, mostrou que a taxa geral de mortalidade por câncer caiu continuamente naquele país entre 1991 e 2016, com redução de 27%. Isso equivale a 2,6 milhões de mortes por câncer a menos que o esperado se as taxas de mortalidade tivessem permanecido em seu pico.

A queda da mortalidade nas duas últimas décadas se deu, sobretudo, por conta das reduções constantes no tabagismo e dos avanços da Medicina, que permitem, por meio de exames e testes de triagem, uma detecção cada vez mais precoce e um tratamento mais assertivo. Segundo o relatório da sociedade, isso se refletiu principalmente nos quatro tipos de câncer mais comuns: pulmão, mama, próstata e colorretal.

Apesar da redução de casos, os diagnósticos da doença seguem aumentando, principalmente entre a população menos abastada, que tem dificuldade de acesso a serviços médicos. O estudo constatou que essa população tem maior incidência de alguns cânceres facilmente evitáveis.

Quanto mais baixa a classe social, maior a taxa de mortalidade. Por exemplo, em relação ao câncer do colo do útero a taxa de mortalidade das mulheres mais pobres é o dobro das mais abastadas. Já os homens pobres morrem 40% mais de câncer de pulmão e fígado. Para os cânceres menos passíveis de prevenção, como de pâncreas e ovário, as desigualdades socioeconômicas interferem menos na taxa de mortalidade.

O Brasil segue essa tendência mundial dos últimos anos, com melhores respostas aos tratamentos e maior sobrevida dos pacientes, graças aos novos medicamentos disponíveis. Mas também há maior número de diagnósticos tardios entre a população menos favorecida. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), cerca de 600 mil novos casos da doença devem surgir este ano. Os cânceres de próstata, pulmão, mama e cólon estão entre os mais incidentes.

Apesar da evolução nas opções de tratamento, é importante investir constantemente em ações preventivas para evitar o progresso dos casos de câncer. Os esforços de controle do câncer devem incluir maior acesso aos cuidados básicos de saúde e intervenções parareduzir os índices de tabagismo e estimular um estilo de vida saudável entre a população, com prática de esportes e alimentação balanceada.

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