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terça, 21 de maio de 2024

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COLÉGIO PELOTENSE : Gênero, diversidade e educação

COLÉGIO PELOTENSE : Gênero, diversidade e educação
13 julho
09:13 2017

Prossegue nesta quinta pela manhã, o seminário que integra as comemorações dos 25 anos do curso Normal

Por Carlos Cogoy

Explanações e debates no auditório interno do Colégio Municipal Pelotense. Desde ontem, está sendo realizado o seminário “Gênero, diversidade e educação”. A iniciativa é do curso “Normal” do Pelotense, que está completando 25 anos. Conforme divulga a professora Gisane Campos, nesta quinta a partir das 8h, haverá sequência à programação: “Gênero e Sexualidade na escola: diferenças e desigualdades no ambiente escolar”, com o prof. doutorando Luciano Pereira dos Santos (UFPel); “Movimentos Sociais LGBT”, temática que será desenvolvida por Tito Serafim (FURG). Após intervalo, sequência com Saúde LGBT”, abordagem de Bianca Medeiros e Diego Carvalho (Coordenação LGBT/Secretaria Municipal Saúde de Pelotas). O curso “Normal” é dirigido pela professora Patrícia Fassbender Wille.

Lourdes Helena, Gisane, Ledeci, Adriana Lessa, Myryan Viegas e Patricia Fassbender Wille

Lourdes Helena, Gisane, Ledeci, Adriana Lessa, Myryan Viegas e Patricia Fassbender Wille

EDUCAR – Entre as falas na manhã da abertura, psicóloga Myryan Viegas abordou sobre a trajetória do Conselho Municipal da Mulher, bem como os espaços de proteção a vítimas de violência, e a iniciativa que leva o debate para a formação das novas gerações nas escolas. Myryan mencionou o Grupo Autônomo de Mulheres de Pelotas (GAMP), que está em atividade há 25 anos. O GAMP surgiu para debater a questão da mulher, num momento no qual a cidade teve casos de feminicídio, com grande repercussão. Ela citou a morte das estudantes Luciety – assassinada pelo ex-namorado -, e Cecília – cujo corpo foi encontrado sob um treiler nas imediações da UCPel. Já o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, também foi criado nos início dos anos noventa. Na trajetória contra a violência, conquistas como a Delegacia da Mulher e a Casa de Acolhida. Desde 2014, está em atividade o Centro de Referência da Mulher, vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social. O Centro atende das 8h às 17h, e está instalado à rua Dr. Cassiano 152. Informações no fone: 3228.0572. Myryan também abordou sobre a “Patrulha Maria da Penha”, com efetivo da Brigada Militar, que zela pela segurança das mulheres que estão com “medidas protetivas”, evitando a reaproximação dos agressores. Neste ano, na administração municipal, houve a criação da Coordenadoria de Políticas para as Mulheres.  A psicóloga explanou sobre o projeto piloto “Desconstruindo padrões, respeitando as diferenças”, que é levado a crianças do ensino fundamental. A primeira escola que está desenvolvendo a iniciativa, é a Francisco Caruccio no Pestano. De acordo com Myryan, o objetivo é sedimentar valores de respeito e igualdade na nova geração. Assim, quebrando o machismo que começa em casa, e se manifesta nas escolas e mercado de trabalho. Em 2018, o projeto será expandido a mais escolas da rede pública.

Vereadora Fernanda Miranda palestrou ontem

Vereadora Fernanda Miranda palestrou ontem

RACISMO – A professora Ledeci Coutinho, ex-secretária municipal de educação de Canguçu, comentou que seu destino seria o trabalho doméstico. Observando que não há desonra na atividade, ela mencionou que chegou a começar como babá. No entanto, ao contrário de três das suas irmãs, ela procurou outra trajetória. E sua constatação acerca das barreiras raciais, aflorou quando cursou o mestrado na UFPel. “A questão econômica é visível entre mulheres negras, que recebem menos do que as mulheres brancas. E o que sobrou para a mulher negra foi cuidar da vida dos outros, como babás e domésticas. Trata-se de continuidade ao papel que a mulher negra teve na escravidão, ou seja, servia para reproduzir a mão-de-obra do senhor. Essa cultura que inferioriza chegou a nossos dias, e notamos o grande número de domésticas. Em relação a mulher negra vítima de violência, poucas chegam até a delegacia, pois morrem antes. Nalguns casos nem vão, pois até o atendimento nas instituições, muitas vezes foi discriminatório”, disse.

POLÍTICA – A vereadora Fernanda Miranda (PSol), que é professora, abordou sobre a pouca representatividade feminina nas instâncias de decisão. Embora, a legislação determine o mínimo de 30% de candidaturas femininas nos partidos, poucas se elegem. No entanto, a participação da mulher tem sido decisiva para políticas públicas em áreas como saúde, educação, luta antimanicomial, trabalho e renda.

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