Coluna de Cinema – Edição 10
Moana 2: jornada marítima
Lançada em 2016 a animação “Moana – Um Mar de Aventuras” é uma das produções da Disney mais prestigias pelo público, um verdadeiro clássico duradouro para toda a família. Então, uma continuação oito anos depois parece um tanto tardia para novamente cativar as plateias mais infantis da época, agora jovens pré-adolescentes que necessitam reconectar suas emoções com a personagem da pequena Moana em novas aventuras.
Explica-se, no entanto, o atraso na produção deste “Moana 2”. O projeto inicial (anunciado inclusive) era produzir uma série de animação para a plataforma de streaming da Disney. Em algum momento os planos mudaram e optou-se pelo lançamento de uma longa-metragem, aproveitando parcialmente o enredo base dos primeiros episódios concebidos para a série. Importante lembrar que o projeto Moana ainda prevê um futuro remake live action, estrelado por atores reais, entre eles o onipresente Dwayne Johnson.
A base sobre a qual se construiu “Moana 2” é muito sólida: músicas cativantes, cenários multicoloridos e exóticos, e como cereja do bolo, uma heroína muito corajosa. Sim, heroína, por favor, não a chamem de “princesa da Disney”. Com estes elementos a construção da nova trama nesta sequência expande seu mundo original de maneira coerente e consistente para avançar a história com a inserção de novos elementos, personagens, conflitos e tramas. O primeiro filme seguiu Moana em sua busca para libertar seu povo de uma antiga maldição. A continuação se passa três anos após os acontecimentos do primeiro filme, quando seu povo vive em prosperidade em uma vila da polinésia. Mas, nada é tão perfeito. Ainda está faltando algo muito importante para a evolução e sobrevivência do grupo: outras pessoas.
Este é o conflito. O povo de Motunui costumava ser conectado a muitas outras ilhas, culturas e comunidades, mas um deus maligno e vingativo afundou a ilha que servia como canal místico entre todos eles. Se o povo de Moana está em risco de extinção porque está separado do resto do mundo, todos os outros provavelmente também estão em perigo. Esta é a deixa para a corajosa e decidida Moana partir para uma nova aventura. Nesta missão em busca de sua ancestralidade a pequena heroína conta com a participação de novos amigos, parceiros de jornada.
Ainda que “Moana 2” não tenha canções de sucesso instantâneas, as músicas tem importante presença como força narrativa, impulsionando a história com graça e alegria. Sabemos das dificuldades para que uma continuação supere o filme original. Aqui certamente isto não ocorre, mas faz jus ao legado da pequena heroína e abre portas para outras sequências que certamente virão no futuro.
Jorge Ghiorzi