Coluna de Cinema – Edição 12
Mufasa – O Rei Leão: a origem da saga
Uma das mais exitosas e memoráveis animações produzidas pela Disney, lançada em 1994, “O Rei Leão” foi também um dos últimos sucessos das produções animadas no modelo tradicional, ou seja, ainda desenhadas manualmente com técnicas analógicas (com utilização de pouquíssimos recursos tecnológicos de computação). Logo depois, no ano seguinte, o mundo das animações seria revolucionado definitivamente com o lançamento de “Toy Story”, produzido pela pioneira Pixar utilizando 100% de animação digital. A partir de então nunca mais os filmes animados infantis seriam os mesmos.
A história de “O Rei Leão” ganharia um remake em 2019, produzido no formato chamado live-action, que a bem da verdade ainda se tratava de animação, porém com a “sensação” de uma filmagem real, proporcionada pela incrível evolução das técnicas de computação gráfica. Cinco anos depois a sequência deste filme acaba de chegar às telas do mundo todo. “Mufasa: O Rei Leão” assinala a confirmação de estarmos diante da mais nova franquia da Disney.
Em “Mufasa: O Rei Leão” vemos o sábio mandril Rafiki contando a origem da lenda de Mufasa para a jovem filhote de leão Kiara, filha de Simba e Nala. Narrada em flashback, a história apresenta Mufasa como um filhote órfão, perdido e sozinho até que ele conhece o simpático leão Taka (que eventualmente se tornará no futuro o vilanesco Scar), herdeiro de uma linhagem real. O encontro do destino dá início a uma grande jornada de um grupo extraordinário, cujos laços serão testados enquanto trabalham juntos para escapar de um inimigo comum ameaçador e mortal.
O filme traz de volta uma série de personagens clássicos já vistos nas versões anteriores da saga Rei Leão. O grande diferencial deste novo episódio é o fato de estarmos diante da história de origem dos grandes personagens, eternos antagônicos, Mufasa (muito antes do nascimento de seu herdeiro Simba) e Scar, originalmente chamado Taka. Por tratar-se de uma história que se passa antes dos fatos então conhecidos (a chamada prequel) “Mufasa: O Rei Leão” adiciona uma nova dimensão aos personagens por revelar fatos fundamentais que explicam as razões dos conflitos que perduram por gerações na família do rei as selvas. A abordagem mais focada nos arcos dramáticos dos personagens certamente é fruto da presença de um cineasta de talento como Barry Jenkins, diretor do drama “Moonlight: Sob a Luz do Luar” premiado com o Oscar de Melhor Filme de 2016.
De modo geral as sequências de grades sucessos costumam ser inferiores em relação ao filme original. Certamente há exceções à esta regra. “O Poderoso Chefão – Parte 2”, “O Exterminador do Futuro 2”, “Mad Max 2”, “Batman: O Cavaleiro da Trevas” e “Star Wars: O Império Contra-Ataca” estão aí para comprovar que isto é possível. Em certos aspectos podemos considerar que “Mufasa: O Rei Leão” supera o filme original de 2019, e sim isto é uma conquista a destacar. Então, procure a sala de cinema mais próxima, pegue um saco de pipocas e divirta-se com uma aventura cheia de drama, aventura e graça.
Jorge Ghiorzi