Diário da Manhã

Motoristas de táxi reúnem-se, na próxima segunda-feira, 26, às 10h, na Câmara, para debater a concessão de novas placas no município. Esta semana, taxistas, não proprietários, conversaram com parlamentares e receberam apoio à principal reivindicação da categoria: que a Prefeitura abra licitação para mais placas, e que, entre os principais critérios de concessão estejam o número de anos em atividade do interessado, o seu cadastramento junto à secretaria municipal competente e não ser proprietário de placa.

“Existem motoristas de táxi com mais de 30 anos trabalhando como empregados, sem direito a conseguir uma placa, enquanto outros possuem duas, três placas e nem sabem ligar um taxímetro”, disse o vereador Ricardo Santos

“Existem motoristas de táxi com mais de 30 anos trabalhando como empregados, sem direito a conseguir uma placa, enquanto outros possuem duas, três placas e nem sabem ligar um taxímetro”, disse o vereador Ricardo Santos (PDT), que espera a resposta de pedido de informações encaminhado à Prefeitura sobre o serviço de táxis em Pelotas.

O vereador quer saber: quantos táxis existem atualmente no município; a identificação dos concessionários das placas, com nome, identidade, CPF e prefixo de cada um; a localização dos pontos de táxi com a relação dos concessionários ali estabelecidos; identificação dos motoristas auxiliares, com nome, identidade, CPF, carteira de motorista com número e categoria, bem como a identificação do concessionário ao qual é ligado; se, das placas concedidas alguma está recolhida à Prefeitura; se existem concessionários com mais de uma placa em seu nome.

Déficit – Na manhã desta quinta-feira, 22/05, os taxistas reafirmaram os problemas enfrentados tanto pela categoria quanto pela população. O déficit no número de veículos é inversamente proporcional ao aumento no número habitantes em Pelotas.
Em 1975, quando o ex-prefeito Ary Alcântara publicou o decreto de concessão de 226 placas, a população pelotense não chegava a 200 mil pessoas. Hoje, o número de habitantes ultrapassa os 320 mil e a frota de táxis é de 336, porque o ex-prefeito Irajá Rodrigues concedeu, em seu governo, mais 10 placas.

O pouco número de carros obriga a atrasos de até 30 minutos no atendimento de chamados, especialmente nos horários de pico, como início ou fim de expedientes e dias de chuva. Além disso, a violência crescente na cidade, também obrigou a população a buscar os serviços de táxi com mais frequência, especialmente à noite, nas saídas das universidades e nos fins de semana.

Violência que também cresceu entre os motoristas. “Todo dia um de nós é assaltado, e a gente só pede para ser deixado vivo, já nem registramos mais ocorrência”, conta um taxista.

Para o presidente da Câmara, Ademar Ornel (DEM), está mais do que na hora de a Prefeitura abrir uma nova licitação para concessão de placas. “Mas é preciso ter critérios e fiscalização.  Já recebemos informação de proprietários que nem moram em Pelotas e de outros que têm mais de uma placa”.

Em abril deste ano, o superintendente de Transportes e Trânsito, Flávio Al Alam, divulgou que, ainda em 2014, o prefeito enviaria à Câmara uma alteração na lei que rege o serviço de táxi., visando ampliar o atendimento à população. Na época, ele concordou com o entendimento dos taxistas de que a atual frota é insuficiente.

Segundo o vereador Ricardo Santos, o superintendente garantiu que as informações solicitadas pelo parlamentar chegam à Câmara em breve.