Construtoras suspendem duplicação da BR-116 entre Porto Alegre e Pelotas
As empresas de construção pesada do estado suspenderam nesta segunda-feira (9), os serviços de asfaltamento da BR-116, entre a Região Metropolitana de Porto Alegre e Pelotas, anunciou Nelson Sperb Neto, presidente do Sindicato da Indústria da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem do RS (Sicepot-RS).
Dos nove lotes em que o projeto foi dividido, um deles, da Construtora Sultepa, já estava totalmente paralisado. Outros cinco suspenderam o serviço no início desta semana em razão do aumento médio de 37% dos preços do cimento asfáltico de petróleo (CAP) e do asfalto diluído de petróleo (ADP), aplicado pela Petrobras às distribuidoras. Apenas o lote 3, da Ivaí Engenharia de Obras, ainda mantém a normalidade dos trabalhos.
“Como os reajustes de preços do setor com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) são anuais, não será possível continuar as obras sem uma readequação dos contratos”, afirmou Sperb.
No caso dos contratos com o Dnit, além do aumento de outros insumos, como a energia elétrica e o diesel, o dirigente chamou atenção para o atraso nos pagamentos das obras do PAC, que se estendem desde outubro do ano passado. No Brasil os débitos já alcançam a R$ 2 bilhões, e no Rio Grande do Sul são estimados em torno de R$ 150 milhões, informou Sperb.
Devido à série de aumentos dos insumos, a entidade das construtoras defende a repactuação dos contratos que passariam a ser reajustados mensalmente. “Essa seria a única forma de evitar o agravamento dos desequilíbrios financeiros das empresas que estão sendo obrigadas a demitir pessoal devido a insuficiência de caixa”, completou o presidente do Sicepot-RS.
No Rio Grande do Sul, segundo estimativas preliminares do sindicato, pelo menos 5 mil trabalhadores do setor já foram demitidos.