Dança: importante aliada na cura da depressão
Junto do tratamento médico, atividade recupera a confiança, concentração, equilíbrio e consciência corporal, qualidades frequentemente prejudicadas pela doença
A depressão é multifatorial: suas causas podem incluir não só aspectos ambientais, mas também genéticos e biológicos. Por isso, o melhor tratamento para a doença é o multidisciplinar, que inclui acompanhamento médico e psicoterápico, além de atividades complementares, que podem ajudar no processo de recuperação quando o paciente já está respondendo às terapias.
Entre essas práticas, a dança se destaca como grande aliada. “A pessoa deprimida sofre prejuízos sociais e também físicos, já que perde condicionamento, pela falta de energia”, afirma a psiquiatra Giuliana Cividanes, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Dançar ajuda no reequilíbrio mental e no reconhecimento do próprio corpo, melhorando a autoestima. Além disso, a atividade promove a reintegração social, pois estimula a socialização”, completa.
Para promover a conscientização sobre o tema e ajudar as pessoas a superar a depressão, a Libbs Farmacêutica, em parceria com o Instituto Ivaldo Bertazzo, criou o projeto Próximo Passo (www.oproximopasso.com.br), um movimento que tem o objetivo de trabalhar com pessoas que convivem com depressão – ou até mesmo que já superaram a doença – por meio da dança.
Depois de passar por uma seleção entre mil inscritos no projeto, 40 pessoas estão ensaiando desde o mês Junho para apresentar um espetáculo no início de outubro no SESC Vila Mariana. A trajetória de superação do grupo ainda dará origem a um documentário, que trará histórias dos participantes como forma de conscientização sobre a doença e, o melhor, sobre como é possível superá-la por meio do movimento do corpo. Gerd Werle, que faz parte do elenco do Próximo Passo – O Espetáculo, conta que a experiência na dança tem sido ótima oportunidade para trabalhar a sociabilização, além de outras questões. “Desde que iniciei os ensaios, senti a evolução principalmente no relacionamento interpessoal. No trabalho, me sinto mais aberto para interagir com os colegas”, conta Gerd.
Causas, sintomas e tratamento
Mais incidente na população feminina, a depressão é caracterizada por alterações emocionais e físicas. “A doença afeta o corpo de uma forma sistêmica. Então, inclui desde sintomas psíquicos, como perda da capacidade em sentir prazer, tristeza profunda e apatia, até sinais físicos, como alterações de sono e apetite, cansaço e aumento de quadros infecciosos e inflamatórios”, descreve Giuliana.
As causas da doença incluem desde fatores genéticos até experiências de vida do paciente. “A depressão é multifatorial: pode ser desencadeada por aspectos biológicos, genéticos e ambientais, como o estresse e dificuldades da vida. Nesse sentido, a própria personalidade influencia, já que cada pessoa reage de uma forma às diferentes situações”, ressalta. Algumas doenças sistêmicas, o uso de drogas e o alcoolismo também aumentam o risco de desenvolver o distúrbio.
O tratamento varia de acordo com o grau de evolução da doença. No entanto, o melhor é o multidisciplinar, que inclui a psicoterapia e o tratamento médico. Também é importante que o paciente retome gradualmente suas atividades – e até mesmo adote novos hobbies, como dança, meditação, caminhada, entre outros.