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Dia do Baterista + In Utero + David Grohl + Nirvana

Dia do Baterista + In Utero + David Grohl + Nirvana
20 setembro
03:44 2025

Dave Grohl na bateria é pura visceralidade com explosões de energia

Marcelo Gonzales*

@celogonzales @vidadevinil

No dia 20 de setembro, celebramos o Dia do Baterista. Uma data criada por associações de músicos para dar o devido reconhecimento àqueles que, mesmo muitas vezes escondidos atrás dos pratos e tambores, são o coração pulsante da música. Afinal, a bateria não é apenas um instrumento, é o compasso, a respiração, a energia que mantém a canção viva.

Sempre me fascinou essa ideia de que o baterista dita o ritmo da vida dentro de uma música. Talvez por isso eu guarde uma lembrança tão especial da minha juventude de quando eu tive minha própria bateria. Não era perfeita, não era a mais afinada, mas era minha janela para o ritmo do mundo. Havia dias em que cada batida parecia traduzir aquilo que eu sentia e não sabia dizer. Hoje, quando penso nessa época, sinto uma saudade boa, como se a batida daquela bateria continuasse ecoando em mim.

O Brasil tem uma riqueza enorme de bateristas que marcaram gerações, a exemplo de Ivan Conti “Mamão”, com sua sofisticação no Azymuth, Robertinho Silva, que levou a percussão brasileira ao jazz mundial, João Barone, do Paralamas, dono de um estilo inconfundível, Charles Gavin, do Titãs, que fez da batida sua assinatura no rock nacional. E tantos outros, cada um responsável por carregar no compasso um pedaço da nossa identidade musical.

No cenário internacional, os nomes se multiplicam, entre tantos outros, com Ringo Starr, e sua simplicidade que ajudou a transformar os Beatles em fenômeno, John Bonham, do Led Zeppelin, cuja fúria e técnica influenciam até hoje, Keith Moon, do The Who, um furacão de energia, Neil Peart, do Rush, verdadeiro poeta da bateria (o melhor de todos!!!!), e Phil Collins, que levou a bateria a outro patamar, unindo ritmo e melodia. Cada um deles mostra que a bateria é mais do que base: é alma.

E como se a vida quisesse reforçar a importância dessa celebração, um dia depois do dia em que se comemora o dia do baterista, 21 de setembro, só que em 1993, o Nirvana lançava seu último álbum de estúdio, o marcante In Utero. Nesse disco, a bateria de Dave Grohl é pura visceralidade com explosões de energia que acompanham a angústia de Kurt Cobain, passagens agressivas que contrastam com momentos de silêncio quase sufocante. Grohl não era apenas o baterista da banda, ele era o motor que fazia o Nirvana soar ainda mais urgente.

Assim, ao celebrarmos o Dia do Baterista em 20 de setembro, temos no dia seguinte um exemplo perfeito de como um baterista pode mudar a cara da música. In Utero é mais do que um álbum, é um retrato de como a bateria pode ser tão protagonista quanto a voz ou a guitarra.

No fundo, todo baterista carrega em si a missão de dar ritmo à vida, traduzir emoções em batidas, fazer o coração da música pulsar. E talvez por isso, mesmo anos depois, ainda consigo ouvir em mim as batidas daquela bateria juvenil, lembrando que o compasso nunca nos abandona. Ele apenas encontra novos jeitos de soar.

*Marcelo Gonzales vive entre discos de vinil e muita mídia física, sempre atento à música, à cultura e ao jornalismo, compartilhando histórias que conectam gerações.

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