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segunda, 06 de maio de 2024

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Dilma não é mais a presidente do Brasil. Michel Temer assume definitivamente

Dilma não é mais a presidente do Brasil. Michel Temer assume definitivamente
31 agosto
14:12 2016

Por 61 a 20, o plenário do Senado acaba de decidir pelo impeachment de Dilma Rousseff. Não houve abstenção. A posse de Temer ocorrerá ainda hoje (31).

O resultado foi comemorado com aplausos por aliados do presidente interino Michel Temer, que cantaram o Hino Nacional. O resultado foi proclamado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que comandou o julgamento do processo no Senado, iniciado na última quinta-feira (25).

Agora, os senadores irão decidir se Dilma perde os direitos políticos por oito anos.

Fernando Collor, primeiro presidente eleito por voto direto após a ditadura militar, foi o primeiro chefe de governo brasileiro afastado do poder em um processo de impeachment, em 1992. Com Dilma Rousseff, é a segunda vez que um presidente perde o mandato no mesmo tipo de processo.

Dilma fará uma declaração à imprensa. Senadores aliados da petista estão se dirigindo ao Palácio da Alvorada para acompanhar o pronunciamento de Dilma.

Julgamento

A fase final de julgamento começou na última quinta-feira (25) e se arrastou até hoje com a manifestação da própria representada, além da fala de senadores, testemunhas e dos advogados das duas partes. Nesse último dia, o ministro Ricardo Lewandowski leu um relatório resumido elencando provas e os principais argumentos apresentados ao longo do processo pela acusação e defesa. Quatro senadores escolhidos por cada um dos lados – Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pela defesa, e Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Ana Amélia (PP-RS), pela acusação – encaminharam a votação que ocorreu de forma nominal, em painel eletrônico.

Histórico

O processo de impeachment começou a tramitar no início de dezembro de 2015, quando o então presidente da Câmara dos Deputados e um dos maiores adversários políticos de Dilma, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou a peça apresentada pelos advogados Miguel Reale Jr., Janaína Paschoal e Hélio Bicudo.

No pedido, os três autores acusaram Dilma de ter cometido crime de responsabilidade fiscal e elencaram fatos de anos anteriores, mas o processo teve andamento apenas com as denúncias relativas a 2015. Na Câmara, a admissibilidade do processo foi aprovada em abril e enviado ao Senado, onde foi analisada por uma comissão especia, onde foi aprovado relatório do senador Antonio Anastasia (PMDB-MG) a favor do afastamento definitivo da presidenta.

Entre as acusações as quais Dilma foi julgada estavam a edição de três decretos de crédito suplementares sem a autorização do Legislativo e em desacordo com a meta fiscal que vigorava na época, e as operações que ficaram conhecidas como pedaladas fiscais, que tratavam-se de atrasos no repasse de recursos do Tesouro aos bancos públicos responsáveis pelo pagamento de benefícios sociais, como o Plano Safra.

Confira como cada senador votou no impeachment:

Parlamentar Partido UF Voto
Acir Gurgacz (Gilberto Piselo) PDT RO Sim
Aécio Neves (Elmiro Alves do Nascimento) PSDB MG Sim
Aloysio Nunes Ferreira (Airton Sandoval Santana) PSDB SP Sim
Alvaro Dias (Joel Malucelli) PV PR Sim
Ana Amélia (José Alberto Wenzel) PP RS Sim
Angela Portela (Jose Nagib da Silva Lima) PT RR Não
Antonio Anastasia (Alexandre Silveira) PSDB MG Sim
Antônio Carlos Valadares (José Eduardo Dutra) PSB SE Sim
Armando Monteiro (Douglas Cintra) PTB PE Não
Ataídes Oliveira PSDB TO Sim
Benedito de Lira (José Givago Raposo Tenório) PP AL Sim
Cássio Cunha Lima (José Gonzaga Sobrinho) PSDB PB Sim
Cidinho Santos PR MT Sim
Ciro Nogueira (João Claudino Fernandes) PP PI Sim
Cristovam Buarque (Wilmar Lacerda) PPS DF Sim
Dalírio Beber PSDB SC Sim
Dário Berger (Paulo Gouvêa) PMDB SC Sim
Davi Alcolumbre (Josiel) DEM AP Sim
Edison Lobão (Lobão Filho) PMDB MA Sim
Eduardo Amorim (Lauro Antonio) PSC SE Sim
Eduardo Braga (Sandra Braga) PMDB AM Sim
Eduardo Lopes PRB RJ Sim
Elmano Férrer (Jose Amauri P. de Araújo) PTB PI Não
Eunício Oliveira (Waldemir Catanho de Sena Júnior) PMDB CE Sim
Fátima Bezerra (Jean-Paul Prates) PT RN Não
Fernando Bezerra Coelho (Carlos Augusto Costa) PSB PE Sim
Fernando Collor (Drª Renilde) PTC AL Sim
Flexa Ribeiro (Nicias Ribeiro) PSDB PA Sim
Garibaldi Alves Filho (Paulo Davim) PMDB RN Sim
Gladson Cameli (Mailza Gomes) PP AC Sim
Gleisi Hoffmann (Sergio Souza) PT PR Não
Helio Jose (Hélio José) PMDB DF Sim
Humberto Costa (Joaquim Francisco) PT PE Não
Ivo Cassol (Reditario Cassol) PP RO Sim
Jader Barbalho (Fernando Ribeiro) PMDB PA Sim
João Alberto Souza (Clovis Fecury) PMDB MA Sim
João Capiberibe (Ivanci Magno) PSB AP Não
Jorge Viana (Nilson Mourão ) PT AC Não
José Agripino (João Faustino) DEM RN Sim
José Anibal PSDB SP Sim
José Maranhão PMDB PB Sim
José Medeiros PSD MT Sim
José Pimentel (Sérgio Novais) PT CE Não
Kátia Abreu (Donizeti Nogueira) PMDB TO Não
Lasier Martins (Christopher Goulart) PDT RS Sim
Lídice da Mata (Nestor Duarte Guimarães Neto) PSB BA Não
Lindbergh Farias (Olney Ribeiro Botelho) PT RJ Não
Lúcia Vânia (Ione Borges Ribeiro Guimarães) PSB GO Sim
Magno Malta (Paulo Antenor de Oliveira) PR ES Sim
Maria do Carmo Alves DEM SE Sim
Marta Suplicy (Antonio Carlos Rodrigues) PMDB SP Sim
Omar Aziz (Dr. Helder Cavalcante) PSD AM Sim
Otto Alencar (Abel Rebouças) PSD BA Não
Paulo Bauer (Cesar Antonio de Souza) PSDB SC Sim
Paulo Paim (Veridiana Maria Tonini) PT RS Não
Paulo Rocha (Valdir Ganzer) PT PA Não
Pedro Chaves(suplente de Delcídio Amaralcassado pelo Senado) PSC MS Sim
Raimundo Lira PMDB PB Sim
Randolfe Rodrigues (Clécio Luis Vilhena Vieira) REDE AP Não
Regina Sousa (Regina Sousa) PT PI Não
Reguffe (José Carlos Vasconcellos) sem partido DF Sim
Renan Calheiros (Fábio Luiz Araújo Lopes de Farias) PMDB AL Sim
Ricardo Ferraço (Sérgio Rogério de Castro) PSDB ES Sim
Roberto Muniz PP BA Não
Roberto Requião (Francisco Simeão Rodrigues Neto) PMDB PR Não
Roberto Rocha (Pinto Itamaraty) PSB MA Sim
Romario (João Batista Lemos) PSB RJ Sim
Romero Jucá (Wirlande da Luz) PMDB RR Sim
Ronaldo Caiado (Luiz Carlos do Carmo) DEM GO Sim
Rose de Freitas (Luiz Pastore) PMDB ES Sim
Sérgio Petecão (Fernando Carvalho Lage) PSD AC Sim
Simone Tebet (Celso Dal Lago Rodrigues) PMDB MS Sim
Tasso Jereissati (Chiquinho Feitosa) PSDB CE Sim
Telmário Mota (Thieres Pinto) PDT RR Sim
Valdir Raupp (Tomás Correia) PMDB RO Sim
Vanessa Grazziotin (Francisco Garcia) PC do B AM Não
Vicentinho Alves (João Costa) PR TO Sim
Waldemir Moka (Maria Antonieta Amorim dos Santos) PMDB MS Sim
Wellington Fagundes (Jorge Yanai) PR MT Sim
Wilder Morais (Wilder Morais) PP GO Sim
Zezé Perrella (Zeze Perrella) PTB MG Sim

 Dilma poderá exercer cargo público

Os senadores decidiram que a ex-presidente afastada não ficará inelegível de cargos públicos por 8 anos. Na votação, 42 senadores se posicionaram favoravelmente à inabilitação para funções públicas e 36 contrariamente. 3 senadores se abstiveram. Para que ela ficasse impedida de exercer cargos públicos, eram necessários 54 votos favoráveis.

*Com informações da Agência Brasil

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