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sexta, 19 de abril de 2024

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ELEIÇÃO 2022 : Federação partidária estabelece bloco com afinidade programática

03 março
13:52 2022

Para o deputado Elvino Bohn Gass (PT), a federação vai diminuir as siglas de aluguel

 

 

Por Carlos Cogoy

 

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A prática é recorrente no País, tanto em esferas municipais, quanto estaduais e federal. Nas disputas eleitorais, coligam-se partidos, cujos compromissos duram até a abertura das urnas e contagem dos votos. Em geral, segue-se um toma

lá dá cá, pressionando o gestor eleito, para o loteamento de cargos e funções. Muitas siglas partidárias que, isoladamente, teriam votação inexpressiva, beneficiam-se da troca de favores. Essas siglas, na história recente, tanto surgiram inesperadamente, quanto também esvaneceram diante da indiferença do eleitor. O dano causado pelas chamadas “siglas de aluguel”, impacta no cotidiano da população. Afinal, sob a justificativa de participação na coligação vencedora, quadros barganham um gabinete para chamar de seu. Com isso, não é raro que determinadas funções da administração pública, mostrem-se momentaneamente, sob a responsabilidade de indicações pouco qualificadas, indolentes ou até ineptas. Um novo regramento, no entanto, aprovado em 2021, e que já está em vigor neste ano, pode alterar essa realidade. Trata-se da federação partidária. O parlamentar gaúcho, deputado federal Elvino Bohn Gass (PT), como líder do partido na Câmara dos Deputados, foi um dos protagonistas desse debate.

Em visita ao DIÁRIO DA MANHÃ na quarta-feira, ele também abordou questões como a guerra Rússia x Ucrânia, o desemprego, a seca no Rio Grande do Sul, redes sociais, e a disputa eleitoral que pode levar Luiz Inácio Lula da Silva ao terceiro mandato como Presidente da República.

FEDERAÇÃO – Na agenda em Pelotas, o parlamentar esteve acompanhado do ex-vereador Ivan Duarte, atual presidente do PT na cidade. Em Brasília, Elvino Bohn Gass concluiu o período como líder da bancada. Atualmente, a função está sendo exercida pelo deputado Reginaldo Lopes (MG). Para o parlamentar gaúcho, natural de Santo Cristo, que exerce o terceiro mandato, a federação partidária é um avanço em relação a práticas que têm comprometido o exercício democrático. Entre as mudanças, observa Bohn Gass, está o comprometimento do bloco de partidos, durante o período de quatro anos. Para isso, é necessário estabelecer um programa comum, preservando as peculiaridades. Essa afinidade programática, implica num cenário que estabelece coerência nas votações. Com isso, combate as posturas que se moldam conforme barganhas, muitas em contradição com o que foi alardeado na campanha eleitoral. Para quem cair em tentação, e infringir os compromissos da federação partidária, estão previstas penalidades. Conforme Bohn Gass, o PT está dialogando com o PSB, PCdoB e PV, para a possibilidade de uma federação. Os blocos partidários deverão estar definidos até o dia 2 de maio.

GUERRA que coloca o mundo em alerta há semana, não só envolve Rússia e Ucrânia, como uma complexa teia de interesses, e também tem como atores como a União Europeia (UE), e Organização do Tratado Atlântico Norte (OTAN), sabidamente esferas que se movem conforme a batuta norte-americana. Diante do quadro de incertezas, o deputado ressalta a manifestação de Luiz Inácio Lula da Silva, como a mais apropriada e madura. Assim, observa que o caminho é a diplomacia. Com isso, a violência não é o caminho para a resolução de conflitos, e o que deve ser buscado são as negociações internacionais.

INTERNET – Está tramitando em Brasília, projeto de lei, autoria do deputado federal Orlando Silva (PCdoB/SP), que regula o ambiente digital, para evitar a propagação das Fake News, prática que influenciou na eleição de 2018. Enquanto alguns segmentos consideram que a regra provocaria restrições à comunicação, o deputado gaúcho avalia que a vigência seria durante o período eleitoral. E exemplifica com o aplicativo Telegram, que tem sido um espaço para a disseminação de notícias falsas, e campanhas de ódio na Internet. Essa dimensão ameaça a democracia, e tem sido feita do exterior para o Brasil. Com a lei das Fake News, essa prática já não seria possível.

ELEIÇÃO – Para Bohn Gass, a eleição será decidida pela população, que padece com 14% de desempregados, inflação, aumento nos combustíveis e itens de alimentação. Esse contraste entre a realidade que foi vivida nos governos petistas, e o desmonte e empobrecimento atuais, é que determinarão o voto. Ele exemplifica com a seca. O agricultor tem perdas, e já não dispõe de programas, auxílio, renegociação de dívidas, acesso a recursos subvencionados. Embora o risco de uma campanha mentirosa e até violenta, o parlamentar salienta a manifestação de Lula, que ressalta o pouco feito no Brasil, até a sua chegada ao governo, e a perspectiva de retornar para fazer mais e melhor.

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