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sábado, 23 de novembro de 2024

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ENTREVISTA: A política aos olhos de Ornel

ENTREVISTA: A política aos olhos de Ornel
06 janeiro
14:51 2015

Ademar OrnelUm Legislativo independente, representativo da população. Esta foi a marca que o presidente, Ademar Fernandes de Ornel (DEM), fez questão de deixar registrada na Câmara Municipal ao longo de 2014 e que pretende manter durante os próximos doze meses de 2015. Muitas vezes, é possível andar em sintonia com o Executivo, se os interesses do município falam mais alto. Mas, se a população sai prejudicada, só existe um lado: o do povo.

Com esse pensamento, Ademar Ornel respondeu as questões do Diário da Manhã, sobre o relacionamento com a Prefeitura no ano que encerra e a expectativa para 2015; a situação do município; as prioridades da Câmara e de Pelotas para o próximo ano; a nova Mesa Diretora; as expectativas com o governo Sartori e a Zona Sul e o governo Dilma e a Zona Sul.

Diário da Manhã – Como foi o relacionamento entre o Legislativo e a Prefeitura em 2014?

Ademar Ornel – Procuramos manter a nossa independência em relação aos outros dois poderes, Executivo e Judiciário, até para podermos manter a isenção na hora de votar os projetos da Casa e do governo. Além disso, somos os representantes legítimos da população, e é a ela que devemos prestar contas. Por isso, em 2014, tivemos momento em que foi preciso que a Câmara se posicionasse contrária aos interesses do governo. Existem problemas na cidade, em relação à saúde, à educação, à moradia popular, à questão da água e do saneamento básico, à infraestrutura da cidade, que parecem piorar a cada ano, causando sérios transtornos para as pessoas. A Câmara tem que se posicionar em relação a isso, somos cobrados pela população.

Diário da Manhã – E a expectativa em relação a 2015?

Ademar Ornel – O prefeito já anunciou uma série de obras para 2015. A Câmara quer colaborar para que a cidade se desenvolva e traga melhorias para os pelotenses. Vamos estar a favor daquilo que for realmente importante. Mas vamos analisar os projetos com cuidado, vamos continuar realizando audiências públicas, escutando a população para saber o que interessa aos cidadãos na realidade.

Diário da Manhã – Quais são, no seu entender, as prioridades para Pelotas?

Ademar Ornel – Se fizermos um balanço dos dois últimos anos, podemos perceber que o desencanto da população tem aumentado. As expectativas com relação ao governo eram altas, porque as promessas eram grandes. Ocorre que pouco foi feito, e a cidade se encontra numa situação pior do que há dois anos: falta de pavimentação nas vilas e bairros, falta de patrolamento nas estradas da zona rural, construção de pontes e pontilhões, iluminação pública precária, precaridade do sistema de esgotos, o adiamento de obras fundamentais, a questão da saúde, que tem sido comprovada pela Comissão da Saúde nas visitas às UBS e pela CPI da Saúde, as dificuldades enfrentadas pela educação, a questão das moradias populares, enfim, são tantos problemas prioritários que o governo precisaria baixar a cabeça e fazer seu dever de casa o mais rápido possível.

Diário da Manhã – A composição da Mesa Diretora da Câmara para 2015 é bem diferente de 2014. Os vereadores elegeram três representantes do prefeito para a Mesa que dirige o Legislativo. Isso significa uma aprovação maior às propostas do governo?

Ademar Ornel – Os vereadores eleitos têm uma representatividade grande junto à população e vão garantir essa representatividade no poder, o que é um dos fundamentos da democracia. Tenho certeza de que manteremos a mesma posição de independência, de autonomia, para votar os projetos de interesse da população.

Diário da Manhã – O senhor acredita que o governador Sartori terá um olhar mais benevolente para com a Zona Sul do que o governador Tarso Genro?

Ademar Ornel – Espero que a Zona Sul faça parte do programa do governador Sartori, e que ele e sua equipe se deem conta de que nossa região têm grandes potencialidades a serem exploradas e incentivadas. Mas, creio, também, que é nosso dever, como políticos e representantes da região, irmos ao encontro do novo governo e apresentar propostas, ao invés de ficar esperando que eles venham nos procurar.

Diário da Manhã – E quanto ao governo da presidente Dilma? Todos esses problemas com a Petrobras podem afetar diretamente o Porto de Rio Grande e, em consequência, a nossa região. Qual a sua avaliação a respeito, uma vez que Pelotas também será atingida se houver um retrocesso nos investimentos?

Ademar Ornel – Vejo com preocupação toda essa questão que envolve a Petrobras, e o que pode afetar Rio Grande, Pelotas e os municípios que a médio e longo prazo estariam se beneficiando com o crescimento econômico do porto rio-grandino. São milhares de trabalhadores que colocaram suas esperanças profissionais no porto, o mercado imobiliário que apostou e incentivou também o setor da construção civil, cursos técnicos voltados para a área naval e petrolífera, enfim, são temas que a região têm que se debruçar e analisar, quem sabe, inclusive, cobrar do próprio governo federal o que virá a partir de agora.

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