Diário da Manhã

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), reunida em Barbados no começo deste mês, debateu estudo acerca do cerceamento ao jornalismo no Brasil. Ameaças, agressões e assassinatos, foram mencionados no fórum internacional. Entre os episódios relatados, a menção à invasão do jornal “Pampeano” em Jaguarão. Em março, capitães e soldados da Brigada Militar, adentraram acintosamente na empresa. Procurando pelo proprietário Anibal Ribas, houve ameaças e constrangimento. O motivo foi polêmica envolvendo o prefeito Cláudio Martins (PT), e equipe de policiais militares que realizavam a “Balada Segura” numa das noites de Carnaval. Anibal nesta semana

Anibal Ribas: “Ministério Público arquivou termos circunstanciados”

esteve em visita ao DM, e informou sobre desdobramentos do caso. Em destaque, a decisão do Ministério Público (MP) na sexta-feira, que arquivou seis termos circunstanciados – três para cada um dos capitães envolvidos, que alegavam calúnia, injúria e difamação. Conforme o empresário, houve coação para que assinasse. Se recusasse seria conduzido algemado. Sem a orientação jurídica adequada, teve de assinar os documentos. Na Promotoria, no entanto, houve a constatação de que a queixa era descabida. Saiba mais sobre episódio, acessando o site: jornalpampeano.com.br

PROCESSO – Com a decisão do MP, diz Anibal, a próxima etapa será o processo contra o Estado. Afinal, há testemunhas, fotos e vídeos, que comprovam o despreparo e abuso na desastrada operação da BM. O fato conquistou repercussão no País, sendo divulgado pela Folha de S. Paulo, O Globo, emissoras Guaíba, Pelotense, TV Pampa e RBS-TV. Do interior de Minas Gerais, diz o empresário, houve a solidariedade de diretor de jornal que tem recebido reiteradas ameaças. Anibal, filho do ex-prefeito Fernando Ribas, diz que, vencendo o processo, estará doando a indenização. A ideia é canalizar a verba para comunidade terapêutica que auxilia a recuperação de viciados em drogas. O projeto existe há um ano e foi criado na fazenda da família.

FATOS – Numa noite de Carnaval, prefeito Martins seguia para casa quando foi abordado numa blitz. Ele recusou-se, como é direito, ao teste com etilômetro. O episódio, no entanto, foi exposto por Renato Jaguarão – concorreu com Martins na eleição de 2012 -, nas redes sociais. A Brigada emitiu “certidão” afirmando que nada constava nos registros, e os procedimentos ocorreram conforme parâmetros legais. Renato Jaguarão, porém, não satisfeito foi até a BM e gravou conversa com capitães. O diálogo, que confirma a apreensão da CNH do prefeito, foi postado no Youtube. A Brigada, diz Anibal, emitiu nota proibindo o material. Edição do jornal “Pampeano” – circula às terças, quintas e sábados -,publicou o áudio da gravação. A divulgação foi o estopim para a ação precipitada e autoritária do grupo de policiais militares. Quatro dias depois, Corregedoria da BM esteve em contato com o empresário para apurar o ocorrido.