Estudantes ocupam Campus 2 da UFPel. Universidade fala em calote do Governo Federal
O CAMPUS 2 DA UFPEL, NA RUA ALM. BARROSO, ESTÁ OCUPADO POR ESTUDANTES CONTRA O CONGELAMENTO DO ORÇAMENTO
No início da noite desta terça-feira (06), um grupo de estudantes da Universidade Federal de Pelotas ocupou o prédio do antigo Colégio Diocesano, atual Campus 2. Eles protestam contra os cortes de bolsas e auxílios estudantis, que atingiu o orçamento das Universidades Federais e Instituto Federais em todo o Brasil.
Os estudantes dizem que, dessa vez, a manobra do Governo afetou diretamente todo o dinheiro distribuído para setores básicos da Universidade, com contas de luz, alimentação, pagamento de terceirizados. “Tudo está em risco ou atrasado, todo mundo está sendo afetado, principalmente quem depende dos auxílios estudantis como o PAM – Programa de Auxílio a Moradia. Isso é extremamente sério, afeta diretamente a permanência de muitos estudantes na universidade e a sobrevivência na cidade. Muitos dos aluguéis já venceram ou vencem essa semana e a gurizada não tem de onde tirar o dinheiro para cobrir o auxílio que não caiu”, diz a nota do grupo OCUPAUFPEL, publicada nas redes sociais.
“Não dá mais para deixarmos a universidade e o corpo estudantil seguir sofrendo com as atrocidades desse governo. Precisamos avançar em nossa mobilização e toda participação é essencial, por isso nós dizemos que o CAMPUS II da UFPEL está OCUPADO PELOS ESTUDANTES tendo como pauta o DESBLOQUEIO DO ORÇAMENTO FINANCEIRO, e o FIM DOS CORTES ORÇAMENTÁRIOS!”, protestam os alunos.
Eles afirmam que a ocupação não é contra a gestão da UFPEL, mas em defesa da universidade e do ensino público, e da permanência nela. Os estudantes convocaram uma Assembleia Geral para esta quarta-feira, às 17, no Capus 2, organizada pelo DCE.
Em entrevista coletiva, reitora Isabela Andrade (com microfone), relatou a situação da UFPel
Calote do Governo Federal impede o pagamento de bolsas e auxílios da assistência estudantil em dezembro
Em nota, a UFPel diz que um novo bloqueio de recursos orçamentários e financeiros por parte do Ministério da Economia atingiu diretamente em torno de 4 mil estudantes de graduação e pós-graduação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que ficarão sem bolsas e auxílios já em dezembro. O bloqueio zerou as contas da Universidade. Ao todo, contando com os recursos da assistência estudantil, bolsas de ensino, pesquisa e extensão, contratos com empresas terceirizadas e despesas contínuas, R$ 4 milhões deixam de circular na economia local neste fim de ano.
Segundo o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da UFPel, Paulo Ferreira Júnior, as bolsas e auxílios deveriam ter sido repassadas aos estudantes nesta segunda-feira (5), mas o pagamento não foi possível devido ao bloqueio.
COMITÊ DE CRISE
Tendo em vista os impactos do novo bloqueio na comunidade acadêmica e na economia da região, a Reitoria da UFPel constituiu um Comitê de Crise para enfrentar os problemas decorrentes dos cortes e bloqueios orçamentários.
Segundo a reitora Isabela Andrade, o Comitê foi instaurado com o objetivo de identificar ações para dar publicidade à situação que a UFPel está enfrentando junto com outras universidades, buscar a recomposição do orçamento e mitigar o impacto do não pagamento de bolsas e auxílios, sensibilizando a população e os fornecedores sobre o tema. “Estamos trabalhando em duas linhas de ação com o objetivo de restituir o orçamento junto ao Governo Federal e amenizar os impactos financeiros para a comunidade acadêmica”, disse.
Dentro das ações planejadas até agora pelo Comitê, houve reunião com a prefeita Paula Mascarenhas e uma reunião com o Ministério Público Federal. Além disso, o Comitê pretende agendar reuniões com a Defensoria Pública da União, Câmara de Vereadores, Sindicato da Habitação (SECOVI – Zona Sul), Associação Comercial de Pelotas (ACP), Aliança Pelotas, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) entre outros.
