Diário da Manhã

Encerrado o processo eleitoral que escolheu a profª Úrsula Rosa da Silva como nova reitora, Conselho Superior é chamado para formar lista tríplice

Será publicado na manhã desta segunda-feira (07), o Edital convocando os 64 membros do Conselho Superior Universitário (CONSUN) da Universidade Federal de Pelotas. O cronograma descrito no Edital prevê a inscrição da chapa vencedora até esta quarta-feira (09). A reunião está marcada para a próxima sexta-feira, dia 11.

Este processo é a forma oficial de encaminhar a sucessão na UFPel. A universidade, porém, realiza uma consulta à comunidade acadêmica, entre os professores, alunos e técnicos-administrativos.

O resultado desta consulta é então submetido ao Conselho para referendar a escolha da eleição democrática.

Este ano, duas chapas chegaram ao segundo-turno. Após uma disputa equilibrada, a Junta Eleitoral publicou uma ata oficial em 19 de setembro de 2024, assinada pelas três categorias e por um representante de cada chapa, onde diz: “Sendo os votos válidos assim divididos: Chapa 10 obteve 3.090 votos de Estudantes, 547 de Docentes e 579 de Técnicos; a Chapa 20 obteve 4.557 votos de Estudantes, 521 de Docentes e 513 de Técnicos.”

Com estes números é possível calcular a paridade e o resultado do processo eleitoral, sendo que em votos corrigidos (pelos pesos da paridade e tendo o voto estudantil como peso 01) temos Chapa 10 com 11469,90 votos ponderados, enquanto a Chapa 20 conta com 11471,10 votos ponderados, apresentando diferença de 1,2 votos ponderados em favor da Chapa 20. Estes valores representam, em porcentagem: Chapa 10 com 49,9973890289% (49,9974%), enquanto a Chapa 20 conta com 50,0026109711% (50,0026%).

NEGACIONISMO

A chapa derrotada encabeçada pela profª Julieta Fripp, porém, não aceitou o resultado e – com o apoio dos sindicatos dos professores (ADUFPel) e dos servidores (ASUFPel), tentou uma manobra para que fosse realizado um terceiro turno, dessa vez apenas com o voto dos alunos, fato sem previsão no Edital do processo eleitoral.

A categoria dos alunos, representada pelo Conselho de Entidades de Base, rechaçou a ideia e em nota oficial (LEIA NOTA ABAIXO), apontou uma tentativa de golpe para invalidar os votos de quase 8 mil discentes.

“Declaramos que qualquer decisão tomada pela Junta e pela Comissão Eleitoral a partir do momento de nossa retirada (26 de setembro de 2024, às 20h45) é ilegítima, não contando com qualquer representação estudantil. Qualquer resultado que não reconheça os votos das urnas, tal como registrados até o segundo turno, configura um golpe ao processo democrático”, denunciou o Conselho de Entidades de Base.

Os números provam cientificamente que não houve empate. A nota dos Estudantes segue dura e rompe com a tentativa de manipulação dos demais membros da Junta Eleitoral:

“Não reconhecemos empates (com quantitativos de votos diferentes) e não reconheceremos um terceiro turno, ainda mais quando dirigido exclusivamente à categoria Estudantil. Não há mais necessidade de novas etapas no processo, apenas a proclamação da chapa vitoriosa e o esperado respeito do Conselho Universitário com o resultado obtido nas urnas. Não aceitamos, sob nenhuma circunstância, a entrega de dados dos estudantes para uma nova consulta, ainda mais baseada em acusações falsas, desinformação e negacionismo científico e matemático. Menos ainda reconheceremos uma nova consulta aos estudantes, sem representação estudantil em sua construção e condução”.

ESCOLHA NO CONSUN

A atual reitora, Isabela Andrade é a presidente do CONSUN. O Conselho Superior é composto por professores, representantes da comunidade, técnicos-administrativos, aposentados e alunos, e tem respeitado a decisão das urnas, nas escolhas para Reitor da UFPel. Outra tradição é que nenhum membro das chapas derrotadas se inscreve para a lista tríplice. O rompimento desse processo democrático, muito mais do que estranhamento, causaria uma quebra no modelo de escolha, uma conquista histórica que vem sendo construída há mais de 30 anos por estes mesmos sindicatos que agora lutam para desacreditar a eleição.

A lista que deverá ser apresentada ao Consun tem a profª. Úrsula Rosa da Silva como Reitora Eleita. Ao seu lado vai administrar a UFPel de 2025 à 2028, o vice-reitor Eraldo Pinheiro. Compõe a lista a profª. Aline Paliga e o Prof. Fábio Garcia Lima.

Após a reunião da próxima sexta-feira (11), a lista será encaminhada ao presidente Lula, para a nomeação, sem prazo para que isso ocorra, mas provavelmente antes de janeiro.

NOTA OFICIAL DOS ALUNOS:

Nota ao Conselho Universitário (CONSUN) e à Reitoria da Universidade Federal de Pelotas

Pelotas, 04 de outubro de 2024.

À Reitoria da Universidade Federal de Pelotas e ao Conselho Universitário (CONSUN).

Nós, discentes representantes do CEB (Conselho de Entidades de Base) e membros COE e da Junta Eleitoral do processo de eleição de reitoria de 2024, viemos por meio desta, manifestar nosso posicionamento frente aos acontecimentos recentes no processo de consulta informal para gestão da reitoria da UFPel.

Na noite do dia 26 de setembro do corrente ano, no prédio da Faculdade de Direito, ocorreu uma reunião chamada pela Comissão e Junta Eleitoral. Esta contou com a presença da COE/Junta das três categorias (TAEs, docentes e estudantes), junto às chapas 10 e 20. Destaca-se que nesta reunião foi proferido um discurso de caráter golpista contra o Movimento Estudantil. Representantes da Junta/COE dos sindicatos ADUFPel e ASUFPel colocaram em dúvida a integridade da consulta informal, levantando questionamentos sobre a urna online dos estudantes. Tais questionamentos, que poderiam ser facilmente resolvidos por uma auditoria, já foram elucidados por profissionais TAEs da UFCSPA e da UFPEL, que atestaram a segurança e a auditabilidade do sistema adotado.

No entanto, para nossa surpresa, ao invés de definir qual empresa seria responsável pela auditoria, como previsto na pauta, a reunião se transformou em um verdadeiro ataque à legitimidade do voto estudantil. A exposição intencional dos estudantes teve o objetivo inequívoco de deslegitimar a participação dessa categoria no processo. A reunião foi filmada, gravada e conduzida de forma distinta do que havia sido acordado na reunião anterior, realizada em 24 de setembro de 2024, entre as categorias.

Ao percebermos que existia uma organização com o intuito de deslegitimar os quase 8 mil votos estudantis, a COE/Junta Eleitoral Discente decidiu, de forma unânime, se retirar da reunião e, assim, do processo eleitoral, que para nossa categoria acabou. Ficou evidente o propósito de impugnar a urna online dos estudantes, como foi declarado abertamente por um TAE presente na Junta.

Dessa forma, declaramos que qualquer decisão tomada pela Junta e pela Comissão Eleitoral a partir do momento de nossa retirada (26 de setembro de 2024, às 20h45) é ilegítima, não contando com qualquer representação estudantil. Qualquer resultado que não reconheça os votos das urnas, tal como registrados até o segundo turno, configura um golpe ao processo democrático.

Reiteramos que o resultado do segundo turno, registrado na ata oficial de 19 de setembro de 2024, assinada pela Junta eleitoral das três categorias e por um representante de cada chapa, diz: “Sendo os votos válidos assim divididos: Chapa 10 obteve 3.090 votos de Estudantes, 547 de Docentes e 579 de Técnicos; a Chapa 20 obteve 4.557 votos de Estudantes, 521 de Docentes e 513 de Técnicos.”. Com estes números é possível calcular a paridade e o resultado do processo eleitoral, sendo que em votos corrigidos (pelos pesos da paridade e tendo o voto estudantil como peso 01) temos Chapa 10 com 11469,90 votos ponderados, enquanto a Chapa 20 conta com 11471,10 votos ponderados, apresentando diferença de 1,2 votos ponderados em favor da Chapa 20. Estes valores representam, em porcentagem: Chapa 10 com 49,9973890289% (49,9974%), enquanto a Chapa 20 conta com 50,0026109711% (50,0026%).

Sabendo que a responsabilidade da Junta Eleitoral é apenas o de operacionalizar a eleição, sendo que cabe apenas aos votos em urna, bem como à matemática do cálculo paritário, o papel de apontar o vencedor do pleito. Sabendo ainda que o edital eleitoral apenas cita a métrica de “… mais de 50% dos votos válidos”, em seu Parágrafo 2º do Artigo 12. As representações estudantis vêm dizer que: A chapa que obteve o maior número de votos ponderados deve ser declarada vencedora. Sendo esta a Chapa 20 – UFPel Multi.

Não reconhecemos empates (com quantitativos de votos diferentes) e não reconheceremos um terceiro turno, ainda mais quando dirigido exclusivamente à categoria Estudantil. Não há mais necessidade de novas etapas no processo, apenas a proclamação da chapa vitoriosa e o esperado respeito do Conselho Universitário com o resultado obtido nas urnas. Não aceitamos, sob nenhuma circunstância, a entrega de dados dos estudantes para uma nova consulta, ainda mais baseada em acusações falsas, desinformação e negacionismo científico e matemático. Menos ainda reconheceremos uma nova consulta aos estudantes, sem representação estudantil em sua construção e condução.

Cabe ressaltar ainda que: mesmo confiando no sistema online de votação; nos servidores públicos da UFPel, seu trabalho e nas explicações apresentadas por eles; bem como confiamos nos servidores públicos da UFCSPA, em seu trabalho e nas auditorias produzidas nos dois turnos de votação; Ainda assim concordamos com a realização de uma auditoria externa que deveria ter sido proposta na noite de 26 de setembro de 2024. Porém, dado que fora posto na fatídica reunião a invalidação da urna online estudantil antes mesmo de auditoria externa, reafirmamos neste texto que qualquer tentativa de organização de nova votação para a categoria estudantil é um golpe. Trata-se de uma manobra por parte da COE e Junta Sindical, juntamente com a chapa derrotada neste pleito, que teve a audácia de colocar em xeque a nossa luta em defesa do acesso ao voto pelos estudantes, representada pelo direito ao voto online – negado às outras categorias e conquistada após meses de luta do Movimento Estudantil, em oposição as representações sindicais.

Outrossim, frisamos que estamos disponíveis a sanar qualquer dúvida que possa existir acerca dos acontecimentos e do processo.

Por fim, reforçamos que: Reitora eleita é Reitora Nomeada.

Atenciosamente,

Mesa do Conselho de Entidades de Base (CEB)