Diário da Manhã

A exposição “Corposeduções em cena: uma vida” apresenta uma seleção de obras que capturam a essência da vasta trajetória artística de Marlene Kerr. Com abertura marcada para o dia 10 de setembro, às 18h, sob a curadoria de Alberto

Coelho, a mostra inaugura uma série dedicada a artistas pelotenses na Galeria Cultural do IFSul. Nessa exposição, o público é convidado a mergulhar na diversidade de técnicas e materiais que Kerr explorava ao longo de sua carreira, sempre em constante diálogo com as expectativas que cercam o papel da mulher na arte e na sociedade.

Kerr transcende os limites temporais e estilísticos ao confrontar a representação do feminino, seja na presença do corpo como lugar de expressão e abrigo, paisagem mutável, ou o próprio traço como uma fronteira que se expande para novos territórios e possibilidades identitárias. Em suas criações, cada elemento se torna uma provocação, uma ruptura, abrindo espaço para novas formas de ver e perceber o outro.

A mostra estará aberta à visitação até o dia 02 de outubro. Uma oportunidade única para conhecer de perto as nuances e camadas que compõem a obra de Marlene Kerr, um nome importante da arte pelotense.

Marlene Abrantes Kerr, nascida em Pelotas em 1936, cultivou desde cedo uma paixão pelas artes, aos 16 anos, iniciou sua formação na Escola de Belas Artes de Pelotas (1954-1956), onde foi orientada por mestres como Aldo Locatelli, Luis Notari e Nestor Marques Rodrigues, consolidando as bases de sua prática artística.

Além de sua intensa produção, Marlene dedicou-se à docência no Instituto Assis Brasil e na Escola de Belas Artes Heitor de Lemos, em Rio Grande, destacando-se como pioneira ao assumir a direção do Centro Municipal de Cultura da cidade. Em 1985, ao se mudar para São Paulo, Marlene expandiu seu repertório artístico e participou de inúmeras exposições, agregando à sua produção os traços de suas vivências, trânsitos e corporalidades.

CORPO MASCULINO E FEMININO

Para esta curadoria, que ensaia uma homenagem a Merlene Kerr neste espaço da Galeria Cultural do IFSUL, foram selecionadas obras que tratam especialmente do corpo feminino e masculino, em sua representação e fragmentação, uma variedade de pinturas, desenhos e colagens onde a artista experimenta estudos visuais pictóricos de poses, lugares, pessoas e história de amor, ao longo de sua carreira, o que começou lá nos anos 50. A ideia do recorte do corpo surgiu com o propósito de afinar a percepção do espectador, oferecendo uma maior precisão ao olhar que se perde quando se encanta com a longa trajetória da artista.

Nesta exposição as obras se misturam buscando por uma quebra da linearidade do tempo. Veremos que, quando uma linha errante começa, lentamente, a se estender ritmicamente de uma moldura a outra, de um campo visual a outro, a coleção de obras escolhidas cuidadosamente, faz alcançar devires. É o nosso corpo já seduzido pela vida-obra da artista. São corposeduções.

Coreografias picasseanas trazem para as tantas cenas diante de nossos olhos, corpos que celebram a vida. Marlene está em cada rosto que nos espreita, em cada gesto que toca um outro, ao lado. Muitas formas a “piruetarem”, descontroladas, neste ar de pintura. Em cada um destes momentos sublimes está Marlene a nos convidar a viver, a gargalhar e curtir a vida!

Marlene Kerr morreu no ano de 2022. Teve três filhos: Michael Kerr, RoseMary Kerr de Barros e o Goy (Donald Hugh de Barros Kerr Junior). Cinco netos: Mateus Kerr de Barros irmão de Marina Kerr de Barros. João Ronna Kerr irmão de Pedro Ronna Kerr e Krigor Kerr Coelho.

SERVIÇO:

EXPOSIÇÃO CORPOSEDUÇÃO EM CENA: UMA VIDA

CURADORIA: ALBERTO COELHO

Data: de 10/09/2024 a 02/10/2024

Local: Galeria Cultural do IFSul (Prédio da Reitoria – Térreo – rua Gonçalves Chaves, 3218 – Centro – Pelotas/RS)