Fecomércio-RS divulga segunda rodada do ano da Sondagem de Minimercados
O panorama mostra que a maioria dos estabelecimentos atua há mais de uma década, com operações pequenas e familiares
A Fecomércio-RS divulgou a nova edição da Sondagem de Minimercados. O levantamento, realizado entre os dias 18 de setembro e 20 de outubro de 2025, entrevistou 385 estabelecimentos do Rio Grande do Sul optantes pelo Simples Nacional, com o objetivo de identificar as principais características estruturais, financeiras e gerenciais do segmento, além de avaliar a percepção dos empresários sobre o cenário econômico e as expectativas para os próximos meses.
Do ponto de vista da gestão, observa-se que grande parte dos negócios mantém estrutura enxuta e caráter familiar. A maioria possui até três pessoas trabalhando (64,4%), sendo comum a presença de membros da própria família na operação (apenas 16,4% dos entrevistados não têm familiares na força de trabalho. Entre os estabelecimentos entrevistados, 69,4% apresentam 50,0% ou mais da força de trabalho formada por familiares. E talvez seja essa a principal justificativa para que em 41,8% dos estabelecimentos não haja nenhum tipo de treinamento para os novos contratados.
Do ponto de vista da gestão, fica evidente a necessidade de profissionalização da condução dos negócios. Em 36,4% dos estabelecimentos as finanças de seus sócios e da empresa acabam se misturando. O controle financeiro do negócio ainda é feito manualmente “no caderno” em 41,3% dos estabelecimentos. Ainda que muitos empresários façam uso de sistemas informatizados de controle de vendas e estoque (52,5%) e 12,5% só de vendas e 1,8% só de estoques, há um número expressivo que não realiza nenhum acompanhamento sistemático dos produtos mais vendidos (20,3%) ou análises regulares das finanças, o que limita o potencial de melhoria de desempenho. A falta de sistema integrados ajuda a explicar as principais razões de perdas financeiras para os negócios: desperdício de perecíveis e produtos vencidos.
Em relação ao comportamento recente das vendas, a percepção geral é de estabilidade: 47,5% empresários avaliaram o desempenho como regular, enquanto uma parcela menor o classificou como ruim (20,0%). Em 27,8% dos casos o resultado foi bom e para 2,9% muito bom. Apenas para 1,8% foi excelente. Entre os principais desafios internos, destacam-se a fidelização de clientes (31,7%) e a gestão financeira (24,7%), enquanto os desafios econômicos externos concentram-se na carga tributária (49,6%) e na concorrência acirrada (22,9%). Esses fatores pressionam as margens e aumentam o potencial de uma a administração eficiente como diferencial competitivo essencial para o segmento. Apesar das dificuldades, grande parte dos entrevistados relataram que a situação financeira está regular (46,5%), enquanto 35,1% afirmaram que é boa e 5,7% muito boa. Em 9,6% dos casos a situação é ruim e em 3,1%, muito ruim.
Apesar do cenário ainda desafiador, as expectativas para os próximos seis meses são positivas. A maioria dos entrevistados acredita em melhora das vendas (63,9%), e parte significativa planeja realizar investimentos (42,6%), seja em modernização, reforma ou ampliação. No que diz respeito à economia brasileira e gaúcha, prevalece uma percepção cautelosa, porém sem pessimismo acentuado.
“A sondagem dos minimercados mostra que o segmento é fortemente marcado pela presença de empresas pequenas, com grande presença familiar na força de trabalho e ainda baixos níveis de controle financeiro. Um grande desafio é justamente avançar na gestão desses negócios. Acompanhamentos mais rigorosos e frequentes dos dados ajudam na tomada de decisão, impactando positivamente em resultados, diminuindo perdas e impulsionando o crescimento dos negócios”, comentou Luiz Carlos Bonh, presidente da Fecomércio-RS. Veja a Sondagem completa.
Mais sobre a Sondagem de Minimercados
A Sondagem de Minimercados da Fecomércio-RS traça o perfil e a conjuntura do segmento, abordando temas como estrutura, gestão, finanças e estratégia de vendas. O panorama mostra que a maioria dos estabelecimentos atua há mais de uma década (50,9%), com operações pequenas e familiares e forte presença de mercearias tradicionais. A pesquisa reforça a importância da profissionalização da gestão e do fortalecimento do planejamento financeiro como fatores decisivos para a sustentabilidade e a competitividade desses negócios no mercado gaúcho.







