Festival Internacional Sesc de Música foi prestigiado por mais de 40 mil pessoas em sua 12ª edição
Evento, que é um dos maiores de música de concerto da América Latina, encerrou extensa agenda de atrações nesta sexta-feira, em Pelotas
Consagrado como um dos maiores eventos de música de concerto da América Latina, o Festival Internacional Sesc de Música encerrou sua 12ª edição, em Pelotas, na noite desta sexta-feira, 26 de janeiro. No Largo do Mercado Público, no coração da cidade, o concerto da Orquestra Acadêmica regida pelo maestro Evandro Matté fechou uma intensa programação de doze dias e mais de 60 apresentações artísticas gratuitas que ocorreram em diferentes espaços pelotenses, dentre teatros, praças, igrejas, hospitais, estabelecimentos comerciais e a Praia do Laranjal. Ao todo, mais de 40 mil pessoas prestigiaram as atrações. O público soma-se aos cerca de 400 alunos bolsistas, de diversas partes do Brasil e países vizinhos, que também viajaram à Capital Nacional do Doce para cursos de especialização musical com um quadro de 46 professores renomados no mundo da música, representando diferentes nacionalidades.
“Este intercâmbio entre talentos, culturas, diferentes histórias e realidades representado por alunos e professores de diversas partes do mundo é uma marca deste projeto”, destaca o presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Luiz Carlos Bohn. “Nós ficamos muito felizes com o papel que ele tem para os jovens, para a cidade de Pelotas e para toda a comunidade, e é uma emoção muito grande realizar mais este ano, com tanto sucesso. Agradecemos a todos os que participaram e, principalmente, aos empresários do comércio de bens, serviços e turismo do Estado que tornam possível o projeto acontecer”, completa.
Concerto de encerramento foi prestigiado por milhares de pessoas – Foto: Paulo Rossi
O concerto de encerramento da Orquestra Acadêmica reuniu 105 músicos no palco, dentre artistas convidados, alunos e professores que fizeram parte da edição. O público que lotou o Largo do Mercado Público – cerca de 4.500 pessoas – pôde se encantar e se emocionar com a interpretação da trilha sonora de filmes que marcaram época, como “Star Wars”, “O Rei Leão”, “Indiana Jones” e “O Poderoso Chefão”. “É muito bom relembrar as músicas. Eles estão todos de parabéns pelo trabalho”, disse a moradora de Pelotas Sara Abreu, em meio à plateia.
Dentre os destaques desta edição do Festival, também estiveram espetáculos como o Concerto Bossa Nova no RS, da UCS Orquestra, a Ópera “I Pagliacci”, realizada em parceria entre a Companhia de Ópera do RS (CORS), o Grupo Tholl e a Sociedade Música Pela Música de Pelotas, e “Por Amores, Amigos e Acordes”, um mergulho na música de raiz do Sul da América com o Grupo Yangos, o violinista Rodrigo Maciel e o renomado violonista argentino Lúcio Yanel. Na última quarta-feira, 24, o concerto da Orquestra Jovem Sesc Brasil, com jovens musicistas parte do projeto social do Sesc em prática em várias regiões do país, também lotou o Theatro Guarany e emocionou o público.
No eixo educativo do Festival, o sucesso foi evidenciado pelo número recorde de inscritos aos cursos de violino, viola, violoncelo, contrabaixo, harpa, flauta, oboé, clarinete, fagote, trompa, trompete, trombone tenor, trombone baixo, tuba, saxofone, eufônio, percussão, canto lírico, piano, composição e choro (violão, sopros, acordeon, bandolim, percussão e cavaquinho). Foram mais de 1.180 submissões que culminaram na seleção dos participantes. Os alunos, além das aulas, participaram de recitais no Conservatório de Música da UFPel e puderam trocar experiências com colegas e professores vindos de outros estados e países como Rússia, França e Japão. Os recitais dos educadores musicais, encontros diários realizados no Clube Caixeiral, registraram capacidade máxima de público todos os dias.
“Essa é uma experiência única tanto para nós, professores, quanto para os alunos e para a comunidade”, comenta o brasiliense Carlos Gontijo, músico formado pela Universidade de Rouen, na França, que, pelo segundo ano consecutivo, deu aula à turma de saxofone em Pelotas. “Este evento tem uma dimensão social que eu nunca vi em outro festival, dando ao povo de Pelotas a oportunidade de ver artistas ímpares e levando a cultura a lugares que não têm acesso, como hospitais e asilos. É uma experiência musical e humana que é indescritível”, elogia. Também voltando de seu segundo ano no evento, a aluna Ana Carolina Kafrouni Tomazi, porto-alegrense de 18 anos de idade que toca oboé, celebra a experiência: “Saio desse festival levando comigo muita inspiração, novas formas de estudo, novos amigos e motivação para seguir em frente.”
Parte da equipe que faz o Festival acontecer. Edição de 2025 está garantida e já começa a ser elaborada – Fotos: Paulo Rossi