Diário da Manhã

domingo, 24 de novembro de 2024

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GAUCHÃO 2018: Efeito NH esquenta disputa

GAUCHÃO 2018: Efeito NH esquenta disputa
15 janeiro
18:17 2018

Por ser ano de Copa do Mundo, os estaduais foram antecipados. Serão realizados de 17 de janeiro a 8 de abril

O Campeonato Gaúcho começa nesta quarta-feira. Doze equipes se enfrentam por quatro objetivos: título estadual, título do interior, vagas na Série D do Brasileiro e para seguirem na primeira divisão, porque as duas últimas colocadas na fase classificatória caem para a Divisão de Acesso.

A façanha do Novo Hamburgo em 2017 trouxe motivação extra para a edição deste ano. A Dupla Gre-Nal tenta recuperar a hegemonia do Gauchão. Talvez seja o único título ao alcance do Internacional, que ainda se reorganiza depois do rebaixamento e da volta à primeira divisão no Brasileiro. O Grêmio tem outras prioridades, mas é hora de voltar a “mandar em casa”, porque não vence o estadual desde 2010.

O Novo Hamburgo e os demais times da turma do interior sonham com a possibilidade de tirar proveito de uma competição curta para surpreender os grandes. A seguir um levantamento sobre a preparação das equipes para a disputa de mais uma edição do Gauchão.

Mais jovem e mais ousado

GE Brasil            O Brasil está mais jovem. E também mais audacioso. A reformulação do elenco baixou a média de idade do grupo rubro-negro. O técnico Clemer teve a oportunidade de participar desse processo de rejuvenescimento do Xavante. Mudou também o discurso no Bento Freitas. Ao invés da prudência de anos anteriores, o tom agora é de grandeza. O objetivo é, no mínimo, conquistar o título do interior.

            O capitão Leandro Leite, que está no clube desde abril de 2012 – é agora o jogador com mais “tempo de casa” na Baixada – terá a missão de liderar dentro de campo os mais jovens. Os outros remanescentes de 2017 são Marcelo Pitol, Eder Sciola, Leandro Leite, Itaqui e Calyson, além do goleiro reserva Carlos Eduardo.

            Dos novos contratados, os destaques são Mossoró e Alisson Farias, que foram formados na base do Internacional. Bruno Colaço (lateral esquerdo), Luiz Eduardo (centroavante), Rafael Dumas (zagueiro) e Deyvid Sacconi (meia) são outras contratações que despertam expectativa.

 

            Time-base: Marcelo Pitol, Eder Sciola, Leandro Camilo, Heverton e Bruno Colaço; Leandro Leite, Itaqui, Toty, Mossoró e Alisson Farias; Luiz Eduardo. Técnico: Clemer. 

Honrar a tradição

 

Juventude            No ano passado, o Juventude ficou abaixo do esperando para quem recém tinha subido para a Série B do Campeonato Brasileiro. O time verde de Caxias do Sul chegou às quartas de final, mas foi eliminado pelo arquirrival Caxias. Para 2018, o clube promoveu a volta do técnico Antônio Carlos Zago, que levou o Juventude à final do Gauchão de 2016, perdendo o título para o Inter.

            O goleiro Matheus Cavichiolli (melhor jogador do estadual passado e campeão pelo Novo Hamburgo) foi contratado para o Brasileiro. Segue como um dos destaques do time ao lado do zagueiro Micael e do lateral esquerdo Pará. Dos novos contratados, a expectativa é positiva para o volante Amaral – mais um que foi campeão gaúcho pelo Novo Hamburgo no ano passado -, o meia Jô, que fez história no Cruzeiro e no São José; e o atacante Guilherme Queiroz, que está de volta ao Alfredo Jaconi.

            A pré-temporada foi curta, mas com a realização de período em regime concentração num hotel de Caxias do Sul.

            Equipe-base: Matheus Cavichiolli; Vidal, Micael, Vinícius e Pará; Amaral, Bruninho, Bruno Ribeiro, Felipe Matheus e Jô; Guilherme Queiroz. Técnico: Antônio Carlos Zago. 

São José

 

são josé            O São José encerrou a temporada de 2017 com o título da Copa Paulo Sant’Ana. A taça fortaleceu a convicção da diretoria do clube em manter a base do grupo para o Gauchão, incluindo o treinador Rafael Jaques, que foi efetivado no cargo. A principal referência do time é o goleiro Fábio, que é seguro debaixo das traves e agora também goleador: é o batedor de pênaltis do time.

            Everton Alemão, Felipe Guedes, Clayton e Dudu Mandai são remanescentes do Gauchão passado. O Zequinha contratou o zagueiro Teco, que desde 2015 estava no Brasil. Abriu espaço também para o reaparecimento do centroavante Rafael Porcellis, que andava no futebol português. A boa notícia é a recuperação do zagueiro Wagner, que venceu a luta contra um câncer.

            Time-base: Fábio; Marcel, Rafael Goiano, Teco e Dudu Mandai; Everton Alemão, Felipe Guedes, Clayton, Matheuzinho e Márcio Jonatan; Porcellis. Técnico: Rafael Jaques. 

Favorito tem outros planos

grêmio            O Grêmio seria o grande favorito para conquistar o Campeonato Gaúcho se não tivesse outras prioridades. Tricampeão da América e vice-campeão mundial, o Tricolor pensa em grandes competições para 2018, deixando o Gauchão em segundo plano. O time titular só será escalado em algumas partidas pontuais da primeira fase. O começo da competição será com a equipe de transição – composta por jovens da base e algumas contratações como o zagueiro Paulo Miranda; o lateral direito Madson, o meia-atacante Thaciano e o atacante Alisson.

            Depois desse time treinado por César Bueno, os reservas entram em sena. A participação no Mundial de Clubes em dezembro adiou o período de férias. Assim, o grupo principal só se apresenta para a pré-temporada no dia 18 – um dia depois da abertura do Gauchão.

            Time-base: Marcelo Grohe; Leo Moura (Madson), Geromel,  Kannemann e Bruno Cortez; Jailson, Arthur e Ramiro; Alisson, Luan e Everton. Técnico: Renato Gaúcho. 

Cruzeiro vai muito igual

 

cruzeiro            Mais um ano em que o Cruzeiro não irá mandar os jogos do Gauchão em seu estádio (ainda inacabado) em Cachoeirinha. A sede do time continuará sendo Gravataí. Tudo continua muito parecido com anos anteriores. A começar pelo técnico Ben-Hur Pereira, que sempre está retornando ao Estrelado desde que colocou a equipe na primeira divisão em 2010.

            No grupo continuam alguns jogadores de edições anteriores do Gauchão, como o goleiro Deivity; o zagueiro Fernando Pinto, o volante Benhur, o meia William Kozlowski e principalmente o multifuncional volante Reinaldo. Foi contratado o atacante Saldanha, ex-Ypiranga; o meia Guilherme Foguinho, ex-Pelotas e o centroavante Kayron, que no ano passado estava no Veranópolis.

            Time-base: Deivity; Lucas Carvalho, Fernando Pinto, Vladimir e Jonathan; Benhur, Reinaldo, Guilherme Foguinho, William Kozlowski e Saldanha; Kayron. Técnico: Ben-Hur Pereira. 

Sina de sobe e desce

avenida            O Avenida retornou à primeira divisão em 2017 ao ficar em segundo lugar da Divisão de Acesso. A meta da equipe de Santa Cruz do Sul é acabar com a sina de sobe e desce. Em 2000, o clube subiu duas vezes (isso era possível), mas com rebaixamento imediato logo na primeira participação na elite do futebol gaúcho. Voltou a ter acesso em 2007, mas caiu em 2009. Dois anos depois estava de volta ao Gauchão, mas foi rebaixado em 2012.

            Parece não ter aprendido a lição. De novo é candidato ao descenso. O grupo de jogadores é praticamente o mesmo do ano passado – formado por atletas acostumados a jogar a Segundona. Entre eles se destaca o centroavante Hyantony. A principal contratação é o meia Diego Torres, que estava no São José. Porém, a tarefa não será fácil para ser livrar dessa sina de sobe e desce.

            Time-base: Rodrigo; Itaqui, Luís Henrique, Claudinho e Roger; Carlinhos, Fidélis, Welder, Diego Torres e Maurício; Hyantony. Técnico: Fabiano Daitx. 

Nóia sai de zebra ao protagonismo

 

Novo Hamburgo            Para tentar o bicampeonato, o Novo Hamburgo manteve o técnico Beto Campos, embora o comandante tenha se valorizado com a façanha do ano passado. Parte dos campeões estaduais de 2017 está de volta ao Estádio do Vale: o zagueiro Júlio Santos, o lateral esquerdo Assis, os meias Preto e Juninho e o atacante Branquinho. Como não jogou no segundo semestre de 2017, a campanha histórica do Gauchão parece ter ficado distante.

            A reposição de peças se deu com a contratação de jogadores experientes como o lateral direito Alexandre Bindé, o centroavante Flávio Torres, o lateral esquerdo Xaro e o meia Zotti. Se no ano passado, o Novo Hamburgo era o elemento surpresa, a equipe anilada será um dos focos de atenção na atual temporada, porque defende o título. É a chance de provar que os feitos de 2017 não foram obras do acaso.

            Por consequência do título gaúcho, o Nóia irá participar também da Copa do Brasil. Sua estreia será no dia 11 de fevereiro, diante do Paysandu, em Novo Hamburgo. Precisa vencer para seguir em frente no torneio.

            Time-base: Max; Bindé, Julio Santos, Tallis e Assis; David, Diogo Oliveira, Preto, Juninho e Branquinho; Flávio Torres. Técnico: Beto Campos. 

Inter tenta voltar a ser grande

InterO Internacional vai para o Campeonato Gaúcho praticamente com o mesmo time que fez uma campanha irregular no Brasileiro da Série B, mas que teve o mérito de superar a pressão e recolocar o clube de volta na primeira divisão nacional. Após o retorno ao seu lugar, o Colorado espera reencontrar o caminho de vitórias e títulos. É o maior vencedor da história do Gauchão: 45 conquistas contra 36 do Grêmio.

            Dos novos contratados, o lateral direito do Dudu, ex-Figueirense, será o único a entrar de imediato no time. Os demais vão esperar sua oportunidade no futuro. É o caso do centroavante Roger, que vai disputar posição com Leandro Damião; e do atacante Wellington Silva, que é candidato à vaga atualmente ocupada por Camilo. Eduardo Sasha foi emprestado ao Santos, mas não deverá fazer falta a equipe.

            Odair Hellmann terá a primeira oportunidade como técnico efetivo da equipe principal. Ele conta com o talento e a liderança de D’Alessandro para tornar o Inter grande como sempre foi ao longo de sua história.

            Equipe-base: Danilo Fernandes; Dudu, Klaus, Victor Cuesta e Uendel; Rodrigo Dourado, Edenilson, William Pottker, D’Alessandro e Camilo; Leandro Damião. Técnico: Odair Hellmann. 

A missão que se repete

 

São Paulo            O volante Diguinho, que jogou no Botafogo, no Fluminense (duas vezes campeão brasileiro) e no Vasco, é a principal contratação do São Paulo para a disputa do Campeonato Gaúcho. O jogador dará experiência ao grupo que foi totalmente reformulado – agora, com o comando do técnico Claiton Santos. Diguinho terá a companhia de outros experientes, mas menos famosos, como o lateral direito Tiago Machado; o lateral esquerdo Anderson Pico e os atacantes Rafael Bulhões e Cleverson.

            Como em temporadas anteriores, o São Paulo entra no Gauchão como a missão de evitar o rebaixamento. Desde 2014, quando voltou a disputar a primeira divisão, o time rio-grandino tem escapado desse risco, enquanto clubes mais estruturados (Pelotas, Caxias e Lajeadense) foram rebaixados. No ano passado, o Leão do Parque foi o nono colocado, com 12 pontos em 11 jogos.

            Time-base: Nicolas; Tiago Machado, Guilherme, Gullithi e Anderson Pico; Diguinho, Leanderson, Marcelo Labarthe, Fred Saraiva e Janderson (Diogo); Rafael Bulhões. Técnico: Claiton Santos. 

Caxias diferente e forte

 caxias           O Caxias foi semifinalista da edição passada do Campeonato Gaúcho. Em 2018, o técnico é o mesmo: Luís Carlos Winck, mas o grupo mudou muito. No time titular, os que permanecem são o zagueiro Jean, que se recupera de uma lesão grave; e o volante Marabá – jogador de confiança do treinador desde o tempo em que trabalharam juntos no Lajeadense.

            As principais contratações do time grená é o lateral direito Igor Bosel, ex-Pelotas e que estava no Londrina; o meia Rafael Gava, que também teve atuação destacada no time paranaense; o centroavante João Paulo, que no ano passado foi campeão gaúcho pelo Novo Hamburgo e disputou a Série B do Brasileiro pelo Juventude; e o lateral esquerdo Julinho, que em 2017 estava no Figueirense. O meia Túlio Renan disputou o Gauchão pelo Veranópolis e Ypiranga.

            Time-base: Glebson; Igor Bosel, Junior Alves, Jean e Julinho; Marabá, Daniel Cruz, Gilson, Rafael Gava e Túlio Renan; João Paulo. Técnico: Luís Carlos Winck. 

Modelo safrista que dá certo

 

veranópolis            O Veranópolis é um time safrista. No máximo joga três meses por ano. Essa política de concentrar todo o investimento no grupo exclusivamente para o Campeonato Gaúcho tem dado resultado. O VEC nunca foi rebaixado desde que chegou a primeira divisão em 1994, quando era treinado pelo hoje consagrado técnico Tite.

            O roteiro praticamente sempre o mesmo em Veranópolis. O clube começa cedo sua preparação para o estadual e busca profissionais que deram certo no clube em outras temporadas. A montagem do elenco começa pelo volante Eduardinho. Sua relação com o VEC vem desde 2009, depois de ter sido revelado no Caxias.

            A lista dos que retornam ao clube tem o técnico Julinho Camargo, que fez boa campanha nos estaduais de 2013 e 2014, o goleiro Reynaldo, o zagueiro Leo D’Agostini e o lateral esquerdo Romano. Desta vez o Veranópolis aposta em Bertotto, Jair e Tales Cunha, ex-base do Inter.

            Time-base: Reynaldo; Felipe Mationi, Rafael Bonfim, Leo D’Agostini e Romano; Jair, Bertotto, Eduardinho, Tales Cunha e William; Juba. Técnico: Julinho Camargo. 

São Luiz de volta à elite

 

Ijuí            O São Luiz está de volta à primeira divisão e espera que possa retomar sua trajetória histórica de participações no Campeonato Gaúcho. O clube de Ijuí foi rebaixado em 2014 e, depois de momentos de dificuldade financeira, retornou à elite no ano passado, com o comando do técnico Paulo Henrique Marques. Ele segue no cargo, mas o elenco de jogadores foi bastante modificado (e reforçado em relação a 2017).

            Os principais contratados são o zagueiro Tairone, ex-Ypiranga; o lateral esquerdo Márcio Goiano e o volante Rudiero, que marcaram época no Lajeadense; o meia Gustavo Xuxa, que estava no Pelotas; e o atacante Michel, que foi artilheiro do Gauchão de 2015 pelo Passo Fundo, com 11 gols. Com a camisa 1 segue o experiente goleiro Jonatas, que foi destaque do Pelotas em 2010.

            Time-base: Jonatas; Thomaz, Tairone, Ricardo Thalheimer e Márcio Goiano; Rudiero, Jeferson Prill, Luís Carlos, Gustavo Xuxa e Eder; Michel. Técnico: Paulo Henrique Marques. 

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