Giamarê, cotas, quilombolas e racismo cordial
Por Carlos Cogoy
Militante-amiga de seus amigos, que ensinou a muitas pessoas o que é lutar por uma causa… por um sonho. Pessoa determinada que nunca levou um “NÃO” como resposta definitiva e que lutou contra todo o tipo de pré-conceito existente em nossa sociedade Pelotense, sendo também protagonista de muitas conquistas que servem de exemplo às mulheres negras do mundo todo. Trecho de “Giamarê, para sempre, Giamarê”, texto de autoria da cantora, professora e comunicadora Daniela Brizolara. Ela integra a coletânea “Negras Palavras Gaúchas” (150 páginas), lançada no Dia do Patrimônio. Organizada pelo jornalista e escritor Oscar Henrique Marques Cardoso, a publicação foi autografada por alguns dos 23 autores. No Fica Ahí, tendo como anfitrião o presidente Raul Ferreira, tarde com apresentações de arte afro, integração e reencontros. O livro foi distribuído gratuitamente, pois teve patrocínio da Assembleia Legislativa e Corsan.
RACISMO – As cotas para negros no acesso ao ensino superior e concursos, foram abordadas em textos como: “O STF fez história. Agora a tarefa é nossa” de Dojival Vieira; “Cotas: continuidade da Abolição” de Elói Ferreira de Araújo. Vieira é jornalista e escreve: “A Folha de S. Paulo, por exemplo, que se apresenta como porta-voz da modernidade, não teve dúvidas em assumir a condição de vanguarda do atraso e da defesa dos interesses mais arcaicos e estampou em editorial: ‘Cotas raciais, um erro’”. Elói é advogado e escreve sobre quilombolas: “As áreas ocupadas pelos quilombolas, cerca de 2 milhões de hectares, são destinadas a sua reprodução cultural e a sua subsistência. Nelas não há desmatamento. Os quilombolas não estão associados à grilagem, esbulho ou invasão de terras”. Já o advogado Giovanni Nunes Talavera no texto “Quais os principais desafios para o Brasil ofertar igualdade ao povo negro no aspecto jurídico”, menciona: “O termo adequado é racismo cordial. O pior deles, Isto porque não conhecemos os nossos inimigos, eis que escondem as suas reais intenções atrás de sorrisos, no mais das vezes forçados”. Entre as curiosidades, jornalista Jeanice Ramos narra sobre a experiência de jornalismo étnico com a revista “Tição”. O livro pode ser solicitado ao organizador Oscar no email: [email protected]