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quarta, 25 de dezembro de 2024

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Grupo terapêutico oferece apoio a pacientes do ambulatório trans do HE-UFPel

Grupo terapêutico oferece apoio a pacientes do ambulatório trans do HE-UFPel
23 outubro
16:54 2023

Nos encontros são discutidos temas em saúde relacionados à transição, além de aspectos relacionados à saúde mental

O Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), possui um ambulatório para atendimento a pacientes transgênero, desde 2018, e atualmente está com 120 pacientes em acompanhamento e tratamento hormonal. Em março de 2023, foram iniciadas as atividades do grupo terapêutico de apoio a pacientes transgênero do Ambulatório Trans (o Grupo T), que visa promover o diálogo e a informação, sendo um espaço de troca de experiências e interação entre os usuários do Serviço e a equipe do Ambulatório.

Desde o seu início, cerca de 60 pessoas já foram atendidas no Grupo T. Os encontros ocorrem na última sexta-feira do mês e a proposta é abordar em cada encontro, temas em saúde relacionados ao processo de transição e outros assuntos de interesse da população atendida, além de aspectos relacionados à saúde mental.

Para a psiquiatra do HE-UFPel, Nicolle Roswag Gonçalves, que conduz o Grupo, é um suporte importante para os pacientes do ambulatório, pois promove um cuidado preventivo. “É um espaço em que procuramos adequar as expectativas em relação ao tratamento e transição, considerando sempre que cada usuário está em um momento do processo e que tem sua própria história”. Ela frisa que no grupo busca-se promover um maior acolhimento ao paciente, para que ele se fortaleça, assim como em seus laços sociais e busque alternativas para lidar com suas dificuldades e conquiste mais qualidade de vida.

Nicolle Gonçalves disse que para os profissionais da saúde que atendem no ambulatório, os maiores desafios são em relação à necessidade de terem conhecimento, habilidade e competência cultural voltados à diversidade sexual e de gênero, temas usualmente não abordados durante a formação médica e em outras áreas da saúde. “Há a necessidade de que o profissional não mais se atenha somente ao tratamento de doenças, mas que aborde esse indivíduo pensando na sua individualidade e subjetividade”.

“Apesar de ter alcançado muitas conquistas ao longo dos anos, a população LGBTQIA+ ainda enfrenta desafios diários em relação a direitos como saúde, educação, trabalho, entre outros. Temas como discriminação e violência estão muito presentes e recorrentes na vivência da população atendida, assim como no Grupo T. Apesar de no ambulatório existir um espaço acolhedor e respeitoso, sabemos que a sociedade muitas vezes é um ambiente hostil para a população LGBTQIA+”, finalizou a psiquiatra.

Sobre o ambulatório

O ambulatório possui uma equipe multidisciplinar formada por endocrinologistas, psiquiatra, psicóloga, assistente social, técnica de enfermagem, enfermeiras, ginecologista, além de receber suporte da Faculdade de Psicologia e de Terapia ocupacional. Os atendimentos ocorrem nas sextas-feiras pela manhã, nas segundas-feiras à tarde e nas últimas quintas-feiras de cada mês.

“No nosso ambulatório passam residentes de Endocrinologia e Metabologia, bem como alunos da graduação de Medicina da UFPel dos últimos anos de estágio. Os pacientes chegam para primeira consulta encaminhados pela Secretaria Municipal de Saúde via Sistema de Referência”, disse o médico responsável pelo ambulatório, Jivago Lopes. Ele informou que o HE-UFPel está aguardando o credenciamento do Ambulatório junto ao Ministério da Saúde.

Local de encontros do Grupo T:

Amilcar Gigante, Piso Térreo – Psicologia – Sala de Grupos. Horário: 10h30.

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