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sábado, 27 de abril de 2024

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Há 64 anos nascia Renato Russo o líder da Legião Urbana

Há 64 anos nascia Renato Russo o líder da Legião Urbana
27 março
00:03 2024

Com sua maneira exclusiva e direta de se expressar, o líder da Legião Urbana nos deixou um legado gigantesco de canções

Há tempos tive um sonho…Não me lembro, não me lembro… Tua tristeza é tão exata e hoje, o dia é tão bonito. Já estamos acostumados a não termos mais nem isso. Os sonhos vêm e os sonhos vão. O resto é imperfeito – Monte Castelo

Marcelo Gonzales

@celogonzales @vidadevinil

Ninguém imaginaria que naquele dia 27 de março de 1960 iria nascer no Rio de Janeiro, filho de Renato Manfredini e Carminha Manfredini, um dos maiores ídolos da efervescência do Rock Nacional nos anos 80 e que faria sucesso até hoje: Renato Manfredini Junior mais conhecido como Renato Russo.

Suas letras refletiam angústias e anseios daquela época que repercutem e nos afligem até hoje! Com sua maneira exclusiva e direta de se expressar, o líder da Legião Urbana nos deixou um legado gigantesco de canções.

Aquele, que na sua época achava que poderia mudar o mundo e que queria saber quem roubou nossa coragem, foi emblemático e intenso em todos os anos de vida até nos deixar em 11 de outubro de 1996. Abrindo um espaço que nunca mais foi preenchido.

O que também ninguém imaginaria, lá no dia do seu nascimento, é que exatos 44 anos depois, nessa mesma data, porém agora em 2004, seria lançado o álbum As Quatro Estações Ao Vivo com a Legião Urbana já consagrada, sendo seu terceiro álbum ao vivo, gravado nos dias 11 e 12 de agosto de 1990 no estádio Palestra Itália, em São Paulo.  Dois anos depois do fatídico show de 1988 no estádio Mané Garrincha que registra um acontecimento péssimo para a banda, quando teriam que brilhar com o retorno à cidade natal, mas acabaram falando demais e criando um caos.

“Que País é Este?” Esta pergunta não é uma pergunta, é uma exclamação! Porque quem me diz que país é esse são as pessoas que vivem aqui. A gente tem um material fabuloso a ser trabalhado aqui no Brasil. A gente percebe certas coisas: tem muita gente trabalhando, tem muita gente fazendo muita coisa boa. O Brasil é também um país do Primeiro Mundo. – Renato Russo

Esse trecho acima de uma declaração do Renato Russo está no Renato Russo de A a Z – As ideias do líder da Legião Urbana um livro com Coordenação Editorial da Simone Assad que é uma compilação de comentários do Renato Russo devidamente separados por verbetes, uma boa fonte de pesquisa para entender um pouco dos pensamentos do Renato diante de diferentes temas.

Renato Russo, um ariano com ascendente em Peixes, revolucionário e corajoso, imprimiu nas letras das músicas da Legião Urbana o tom certo para falar do Brasil apontando suas falhas e desacertos políticos. Suas metáforas perduram até hoje.

Chris Fuscaldo, em seu livro Discografia Legionária, logo na sua introdução diz: “Renato Russo, quando decidiu montar uma nova banda, já trazia na bagagem a experiência de liderar um trio de punk rock e o trauma de subir ao palco acompanhado apenas do próprio violão.” E vamos combinar que bagagem e experiência foi algo que ele soube usar muito bem, marcando nos seus sucessos frases que são citadas até hoje.

Outro livro que eu recomendo é A Vida Louca na MPB, de Ismael Caneppele, onde, da página 238 até a 252 faz um excelente capítulo relatando momentos marcantes sobre Renato Russo, desde o nascimento até a sua morte, nos trazendo uma leitura agradável e um excelente resumo da carreira de Renato. O livro ainda conta com o resumo da trajetória de vários outros ícones: Raul Seixas, Tim Maia, Cazuza e Cássia Eller, entre outros. Esse livro é da editora Leya e eu recomendo.

Ensaio inédito sobre a música Faroeste Caboclo

Para os leitores que querem mais detalhes recomendo o livro Renato Russo: O Filho da Revolução que traz uma pesquisa densa sobre o Renato Russo, realizada pelo autor Carlos Marcelo em suas 423 páginas de um bom conteúdo, extraído das entrevistas feitas entre 1999 e 2008.  O ensaio inédito sobre a música Faroeste Caboclo, denominado A Poeira e o Mármore encerra o livro e nos faz refletir na profundidade de uma das mais improváveis letras a fazer sucesso no Brasil, acompanhada por Eduardo e Mônica também da Legião Urbana e Estado Violência, dos Titãs.

Enfim, hoje Renato Russo faria 64 anos e eu me pergunto o que ele estaria achando do nosso país hoje se ainda estivesse vivo? Quais seriam o teor das suas composições atuais?

Mas como nada disso pode ser respondido, só nos resta olhar o sol batendo na janela do nosso quarto e ao menos uma vez provar que quem tem mais do que precisa ter, quase sempre se convence que não é o bastante e fala demais por não ter nada a dizer. E, ainda acreditar e repetir que é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há!

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