IFSul/câmpus Pelotas: evento aborda cultura afro-brasileira
Qual a cor da cultura para você? Foi esta questão que deu origem a uma intervenção em meio ao saguão da escola, intitulada “A cor da cultura no IFSul – câmpus Pelotas”. O colorido dos estandes montados no corredor principal chamava a atenção de quem passava, como um convite a se juntar em busca de respostas.
A proposta idealizada pela professora do design Cecilia Boanova, através do Núcleo de Estudos Afro-brasileros (Neabi), teve como objetivo divulgar a chegada do material didático proveniente do projeto educativo “A cor da cultura”, fruto de uma parceria entre o Canal Futura, a Petrobras, Centro de Informação e Documentação do Artista Negro (Cidan), o Ministério da Educação (MEC), a Fundação Palmares, a TV Globo e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).
Com os exemplares à mostra, o espaço também serviu como um fórum de livre debate, onde cada um podia contribuir com sua opinião sobre o tema. “A ideia é apresentar esse material para a comunidade e mostrar que ele está aí para ser utilizado. Foi a partir dele que inventamos essa chamada, no sentido de fazer uma provocação, e estamos aqui discutindo a temática étnico-racial em um fórum de debate aberto”, conta Cecilia.
Um painel criado por alunos do design era o que mais chamava a atenção no ambiente criado para abrigar o evento. O mural em branco contendo a questão geradora da intervenção instigou professores e estudantes a pensarem a cor da cultura. Foi só começar o movimento pelos corredores para o branco dar lugar a uma infinidade de fitas coloridas e uma série de respostas, deixadas por todos que aceitavam o desafio de dar uma cor a algo que não pode ser visto.
Para contribuir com a discussão, também esteve presente a Griô Syrlei Amaro, mestre responsável por passar cultura oralmente. Elementos como o uso de cantigas tradicionais e contação de histórias, sinônimos da pedagogia griô, foram os responsáveis por remeter um pouco da cultura afrodescendente àqueles que se aproximavam.
Para griô Syrlei, o espaço para a valorização da singularidade da cultura negra é essencial. “É importante saber que existem pessoas que ajudam para que a cultura afrodescendente seja conhecida, porque ela é muito mais rica do que as pessoas pensam”, ressalta.
Os pesquisadores colombianos do grupo Nodo de Investigación de la red de Gestión y Calidad, de Medellín, em Pelotas para uma semana de debates e trabalhos com o Mestrado Profissional em Educação e Tecnologia (Mpet), também participaram do evento e foram recebidos ao som de cantorias tradicionais. Como lembrança, os colombianos levaram fuxicos nas cores do Brasil, confeccionados pela griô Syrlei, que tem na costura seu instrumento de trabalho.