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Inverno aumenta irritação nos olhos

Inverno aumenta irritação nos olhos
03 agosto
15:14 2018

Baixa umidade do ar predispõe à síndrome do olho seco que pode evoluir para conjuntivite ou alergia ocular. Saiba como prevenir

De uma hora para outra os olhos coçam, ardem e a cada piscada parecem estar sendo arranhados pelas pálpebras. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier de Campinas, estas são as queixas mais comuns durante o inverno. “Tudo começa com a menor umidade do ar que predispõe à síndrome do olho seco” afirma.   Para se ter ideia, a previsão do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) é de que até final de agosto a maior parte do país vai estar em estado de alerta com umidade do ar próxima a 30%.

O médico explica que a síndrome do olho seco é uma alteração na quantidade ou qualidade da lágrima que tem a função de alimentar, oxigenar e proteger a superfície ocular. O tratamento é feito com colírio lubrificante, mas não vale usar qualquer um. “A lágrima tem três camadas: aquosa, lipídica e proteica. O tipo de colírio indicado para cada pessoa varia conforme a camada que entrou em desequilíbrio, salienta.

Tratamento de conjuntivite deve ser imediato

                ”A primeira reação para diminuir o desconforto do ressecamento ocular é levar as mãos aos olhos e deles para o teclado do computador, corrimão de escada e outras superfícies que são tocadas por muitas pessoas”, afirma. Por isso, é muito comum a síndrome do olho seco evoluir para conjuntivite. A doença, explica, é uma inflamação da conjuntiva, membrana que recobre a face interna da pálpebra e a esclera, parte branca do olho. Pode ser causada por vírus ou bactéria e nos dois casos é altamente contagiosa.

O médico afirma que muitas pessoas acreditam que a conjuntivite é um mal menor e por isso adiam o tratamento. Não é bem assim. Quanto antes for tratada, melhor. Os sintomas podem desaparecer em poucos dias. “Quem adia o uso do colírio pode ficar com sequela permanente na visão caso se formem cicatrizes na córnea” adverte.  Também não vale recorrer a tratamentos caseiros, soro fisiológico ou pingar o colírio usado no ano passado. Isso porque, se for viral o tratamento é feito com corticóide. Já a bacteriana é tratada com antibiótico. “O sal do soro fisiológico pode irritar ainda mais e até contaminar o olho porque não tem conservante. Já um colírio inadequado pode mascarar a doença e todo colírio depois de aberto só tem 30 dias de validade e deve ser descartado”, afirma.

Falta de lágrima reduz a imunidade

                Queiroz Neto lembra que a falta de lágrima desequilibra a imunidade da porção externado olho. Por isso, um levantamento da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostra que 7 em cada 10 pessoas com alguma doença alérgica respiratória – rinite, sinusite, bronquite ou asma – mais frequentes no inverno, desenvolvem simultaneamente alergia nos olhos. Ao contrário da conjuntivite viral e bacteriana, a alérgica não é contagiosa, mas pode predispor ao ceratocone, doença degenerativa que afina e deforma a córnea. O tratamento é feito com colírio anti-histamínico ou corticoide, dependendo da gravidade da alergia. O oftalmologista adverte que usar colírio com corticóide por tempo prolongado predispõe ao glaucoma e à catarata. Por outro lado, a interrupção do uso não pode ser repentina para evitar efeito rebote. Por isso, embora a venda seja livre, o medicamento só deve ser usado com supervisão médica.

Prevenção – As dicas do oftalmologista para prevenir a síndrome do olho seco e a alergia  são: beber água com frequência, comer frutas, verduras e legumes ricos em vitamina A e E, colocar vasilhas com água nos ambientes, ingerir alimentos ricos em ômega 3 que é encontrado em nozes, semente de linhaça, salmão e sardinha, evitar o uso de ar condicionado, manter os ambientes livres de poeira, desviar os olhos das telas eletrônicas por 5 a 10 minutos a cada hora, piscar voluntariamente quando usar o computador ou tablet e proteger os olhos da poluição com óculos apropriados nas atividades externas.

Para prevenir a conjuntivite viral e bacteriana Queiroz Neto recomenda lavar as mãos com frequência,  separar e trocar fronhas e as toalhas diariamente, não compartilhar maquiagem ou colírio, higienizar as mãos com álcool gel, evitar tocar os olhos, higienizar as mãos com álcool, evitar tocar em superfícies de locais públicos e higienizar o mouse e o teclado compartilhado com outras pessoas na empresa com álcool. Para usuários de lente de contato a dica é manter os olhos hidratados e interromper o uso ao menor desconforto. A insistência em manter as lentes nos olhos antecipa seu vencimento.

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