“Jukebox Orchestra” mistura ritmos num caldeirão criativo
Era dupla. Durante seis anos, a “Jukebox” reuniu Luciano “Elvis” Lemos Gonzales e Matt Thofehrn, com produção de Wiliam Thofehrn. Em agosto do ano passado, no entanto, ampliou-se para trio com a chegada de Felipe “Mini” Ribeiro. Profissionais da música, eventualmente eles contam com os metais de David Barcelos (trompete), e “Tim do trombone”. Na agenda da “Jukebox Orchestra”, show sábado no espaço Mayer. No domingo, show autoral na edição do Sofá na Rua – rua José do Patrocínio 8 -, programação que terá início às 14h.
IDEIA – Matt menciona sobre a designação: “Jukebox Orchestra é o nome que bem define a nossa proposta por fazer um som livre. Nós não pensamos num estilo ou linha pra seguir. Conforme surgem as composições, elas vão dando o ritmo pra onde querem ir. É como um organismo vivo, às vezes pode ser um reggae, rock, baião, chacarera, cumbia ou, como mais gostamos, tudo isso misturado. As influências são realmente um apanhado gigante de ideias. Por exemplo, Santana, Paralamas, brasilidades em geral, jazz, reggae, musica eletrônica. Cada um de nós tem suas referências. Então atiramos tudo isso no caldeirão. E o resto é a música quem decide, pra onde, como, e de que forma ela se manifestará através de nós”. Para Wiliam: “O nome da banda tem a ver com o nosso modo de tocar, tocamos todos os ritmos e estilos conforme a proposta do evento. Jukebox é a máquina que possui diversos discos e basta colocar uma moeda para escolher a música”. Luciano, o “Elvis”, acrescenta: “O nome deriva de dois conceitos: Jukebox tem a ver com a variedade do repertório da banda, e Orchestra remete ao formato atual da mesma. No trabalho autoral, trazemos nossas influências, de músicas e músicos que admiramos e gostamos de ouvir, mas sempre com o objetivo de produzir algo que destoe do usual e que tenha a ver conosco, com a verdade de cada um”.
SOM – O produtor Wiliam explica a proposta sonora: “Nosso estilo é música boa, os rótulos foram feitos para organizar os discos nas lojas que nem existem mais. No grupo, todos compõem, todos cantam e todos tocam. Acho que o segredo da nossa banda é esse, todo mundo faz tudo, e assim sempre tem três atacando, e três na defesa”. Para Felipe “Mini”: “Gostamos de música boa, independente do estilo, e isso reflete no nosso som autoral, pois buscamos mesclar todos aqueles ritmos que ouvimos e gostamos. Então fazemos uma mistura maluca. Nossas composições vão do rock setenta ao baião, passando pelo reggae e o que mais vier”. Em relação ao “Sofá na rua”, Matt informa: “Para a apresentação do dia 10, nosso pensamento foi buscar um show que proporcione um transe coletivo. Assim, organizamos o ‘set list’ com um apanhado geral das nossas composições. Também fomos agregando versões de músicas que consideramos importantes no conceito do show. E, claro, que a galera possa participar, cantar, dançar e entrar nessa viagem conosco”. O single “Brasileña” pode ser ouvido no soundcloud.com/ blackbeardrecords. Já no facebook.com/jukeboxorchestra, grupo tem postado vídeos dos ensaios e shows.
ESTRADA – Na trajetória, além do Estado, apresentações no Paraná, Santa Catarina e Uruguai. O destaque, como mercado para a banda, é o Paraná. Wiliam avalia: “O ano foi atípico para a banda, pois há seis anos estávamos num crescimento exponencial, média de doze shows por mês. Porém, com a crise, a região sul deixou de suprir o número de datas ideais para que conseguíssemos continuar a viver apenas de música. Por sorte, há três anos já começamos a investir e divulgar nosso trabalho no Paraná. É lá que atualmente apresentamos shows com frequência. As apresentações fora também permitiram que investíssemos mais tempo no projeto autoral. Daí favorecendo a participação em espaços, como o ‘Sofá na Rua’”. Para Matt: “Finalmente conseguimos espaço para mostrar nosso trabalho autoral e estamos realmente felizes por isso. Adoramos essa ideia do show aberto, pois torna a música livre e dá oportunidade para que todos se deixem encantar por ela. Quanto aos outros eventos, estamos completamente abertos a convites e sedentos por mais oportunidades. Afinal nada melhor que fazer música pra quem quer ouvir”. Elvis conclui: “Estamos trabalhando pra construir nosso espaço no meio musical autoral, em meio a um cenário nacional que cada vez mais desce pro lado do ‘jabá’ e da música fácil, construída em massa para consumo rápido. Em geral a resposta do público é bastante positiva, mas somos conscientes da falta de espaços nos quais os artistas possam gerar um meio de vida a partir de sua produção própria, sem ter necessariamente que recorrer ao cover que, a nosso ver, é uma ‘alavanca’ de sustentação para que possamos seguir batalhando pelo nosso sonho”.
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