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Lula defende fortalecimento da indústria naval brasileira

Lula defende fortalecimento da indústria naval brasileira
24 fevereiro
15:46 2025

País tem 90% de coisas feitas por transporte marítimo, diz presidente

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta segunda-feira (24), o fortalecimento da indústria naval brasileira, com a utilização de conteúdo local na fabricação de embarcações. “O Brasil, 95% do nosso transporte de exportação vai de navio. O Brasil é o maior país da América do Sul. Por que a gente não tem uma indústria naval poderosa? Por que a gente tem que comprar navio da Coreia, de Singapura, da China?”, questionou.

“Um país que tem uma bela de uma indústria naval, ele se torna competitivo no comércio internacional, que tem 90% de coisas feita por transporte marítimo”, disse, defendendo a qualificação da mão de obra nacional e investimentos no setor.

Lula participou da cerimônia de assinatura de contrato da Transpetro, subsidiária da Petrobras, com o consórcio formado pelos estaleiros Rio Grande e Mac Laren, em Rio Grande (RS). O ato visa a aquisição de quatro navios da classe handy, com valor de US$ 69,5 milhões por embarcação, fruto de licitação lançada em julho de 2024, parte do Programa de Renovação e Ampliação de Frota da Petrobras.

Os navios serão utilizados para transporte de derivados de petróleo na costa brasileira. De acordo com a Petrobras, os novos equipamentos irão ampliar a capacidade de atendimento da Transpetro à Petrobras, reduzindo a necessidade de afretamento desse tipo de unidade pela petrolífera.

Dentro da mesma iniciativa, a Petrobras lançou, na semana passada, em evento com o presidente Lula, a licitação para aquisição de oito navios gaseiros. O Programa de Renovação e Ampliação da Frota da estatal faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o desenvolvimento da indústria naval brasileira.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou a importância de ampliar a frota própria de navios e reduzir os custos com afretamentos, devido à previsão de aumento da produção e da capacidade de refino da empresa nos próximos anos. “Estamos contratando 44 embarcações, que serão fundamentais para apoiar nossas operações. Todas já estão contratadas ou estão em processo de licitação. São investimentos de R$23 bilhões, um forte incentivo para o desenvolvimento da indústria naval nacional”, disse Chambriard.

O presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, ressaltou que essa é apenas a primeira contratação prevista pela companhia. “Pretendemos lançar futuramente licitações para contratar pelo menos mais 13 embarcações até 2026, ampliando a capacidade logística da Transpetro em até 25%”, afirmou.

CONTRATAÇÃO

O consórcio entre os estaleiros Rio Grande e Mac Laren apresentou um preço final de US$69,5 milhões por embarcação e venceu a licitação, lançada em julho de 2024, após o cumprimento de todas as etapas do edital. Os novos navios irão ampliar a capacidade de atendimento da Transpetro à Petrobras, permitindo a redução da sua exposição ao afretamento desse tipo de unidade, que tem baixa liquidez no mercado.

MENOS EMISSÕES

Os Handy vão contemplar soluções que garantem maior eficiência energética e menor emissão de gases que provocam o efeito estufa. Além disso, as embarcações poderão ser abastecidas com bunker ou biocombustíveis. Como resultado, estima-se reduzir em 30% as emissões em relação aos atuais navios da frota, atendendo às determinações da Organização Marítima Internacional (IMO). Os navios serão aptos a transportar produtos claros derivados de petróleo, como Diesel Marítimo, Diesel S10, Diesel S500 e gasolina de aviação (GAV).

CONCORRÊNCIA

A segunda licitação pública internacional da Transpetro dentro do Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras foi anunciada no último dia 17, no Terminal da Baía de Ilha Grande (Tebig), operado pela empresa em Angra dos Reis (RJ). A concorrência prevê a aquisição de oito navios gaseiros com capacidades de 7 mil, 10 mil e 14 mil metros cúbicos em dois lotes. Com essa contratação, a Transpetro triplicará a capacidade para transportar gás liquefeito de petróleo (GLP) e derivados e passará a carregar amônia. A ampliação da frota de gaseiros, de seis para 14 navios, considera o aumento de produção de gás natural no país e visa atender à demanda da Petrobras na costa brasileira e na navegação fluvial, como já ocorre na Região Norte do país e na Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul. As empresas interessadas têm o prazo de 90 dias para apresentar suas propostas. De acordo com o cronograma, o primeiro navio deve ser lançado em até 30 meses após a formalização do contrato.

Fotos: Ricardo Stukert/PR

Agência Brasil

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