Mapa de áreas de risco tem nova alteração
Regiões mais afastadas do canal São Gonçalo e da Lagoa dos Patos passam a ser classificadas como áreas de alerta. Moradores dessas localidades podem, momentaneamente, retornar para suas casas
Durante a reunião de atualização da Sala de Situação nesta terça-feira (14) no 9º Batalhão de Infantaria Motorizada (9º BIMtz), a prefeita Paula Mascarenhas anunciou as novas alterações do mapa de classificação de risco das localidades de Pelotas. A partir dos dados compartilhados pelos meteorologistas e hidrólogos da UFPel, foi identificado que as mudanças na orientação do vento contribuíram para um cenário momentaneamente favorável para o município. Com previsão de agravamento da situação somente para o final da semana que vem, regiões antes classificadas como risco iminente agora passam a ser identificadas como áreas de alerta.
Reunião de alinhamento da Sala de Situação definiu a viabilidade da alteração das zonas de risco. Foto: Rodrigo Chagas
Paula falou sobre a complexidade do sistema de análise dos dados e destacou a necessidade de manter uma comunicação transparente com a comunidade pelotense.
“Esse modelo desenvolvido pelos estudiosos é complexo e extremamente dinâmico, fazendo com que uma variável, neste caso o vento, altere as previsões. A mudança na orientação do vento nos favoreceu, empurrando a água da Lagoa para a outra margem, aumentando a vazão dos nossos mananciais e baixando os níveis do canal e da Lagoa. Diante desse cenário momentâneo de tranquilidade, nós precisamos manter uma comunicação transparente com a população, as pessoas precisam saber a hora que podem voltar e a hora que precisam sair de casa”, frisou a chefe do Executivo.
A pesquisadora e hidróloga da UFPel, Tamara Beskow, explica que o sistema de compreensão dos mananciais leva em consideração uma série de fatores. De acordo com a especialista, a mudança na orientação do vento foi essencial para evitar uma elevação ainda maior no canal São Gonçalo. No domingo (12), o vento Leste contribuiu para que o nível do canal atingisse a marca histórica da enchente de 1941, registrando a medição de 2,88 metros.
“Se o vento não tivesse mudado a probabilidade é que talvez nós tivéssemos com mais de três metros no canal. Esse vento do quadrante Sudoeste e Oeste, que afastou as águas da Lagoa dos Patos da nossa costa, permitiu que o São Gonçalo escoasse com mais facilidade, tirando inclusive um pouco da pressão existente sobre o sistema da Lagoa Mirim. A gente segue acompanhando os dados em tempo real do canal lá em Rio Grande, que tem apresentado boa vazão da Lagoa em direção ao mar”, comentou Tamara.
Equipes seguem em alerta
Apesar do cenário positivo, os especialistas em meteorologia e hidrologia alertam para a necessidade de continuar em estado de atenção. De acordo com o acompanhamento da situação na Região Metropolitana, na qual o Lago Guaíba registrou marcas acima dos cinco metros nesta terça-feira (14), a perspectiva é que uma nova elevação dos níveis atinja, posteriormente, a região Sul do Rio Grande do Sul.
Frente à possibilidade de novos momentos críticos para Pelotas e para a região como um todo, as equipes do Município, Defesa Civil e forças de segurança seguem mobilizadas monitorando em tempo real a situação climática.
“Temos que entender que este fenômeno que está atingindo o Rio Grande do Sul, não é um evento rápido. As primeiras águas do Guaíba estão descendo e ele já está de novo acima dos cinco metros. Essa água que hoje está lá na capital do Estado, chega a Pelotas de novo na semana que vem. Nós não sabemos ainda qual vai ser a direção e a intensidade dos ventos, mas, se tivermos condições desfavoráveis, possivelmente mudaremos o mapa para vermelho de novo e pediremos para as pessoas saírem de casa”, completou Paula.
Confira o mapa atualizado das áreas de risco
Acesse o mapa através do link: https://bit.ly/mapaderisco-pelotas