Máquinas que pensam, que amam e que comem maçãs
Preto e branco, senso binário, esforço esquemático, resultado concernente. Jogo sintomático, branco e preto, dois pares, quatro cubos. Máquinas que pensam, que amam e que comem maçãs. Belo espetáculo sábado à noite na segunda edição da Mostra de Encenação Teatral, que reuniu alunos do curso de teatro da UFPel, sob a coordenação do professor Adriano Moraes. Entre as montagens, destaque para a criatividade do encenador Carlos Eduardo Pérola. Beneficiado pelo tema que abrange contemporaneidade, história, discriminação, fantasia e racionalidade, Pérola ofereceu soluções simples para superar as limitações estruturais. À sala Carmen Biasoli do “Tablado” do curso de teatro, interpretação a cargo dos jovens atores: Evelin Suchard; Gengiscan Pereira; Jardel Athayde e Raissa Bandeira. O grupo apresentou a genialidade e sofrimento do matemático e pesquisador britânico Alan Turing (1912/1954).
PERDÃO – Em 2000 através do então Papa João Paulo II, a igreja pediu perdão pela sucessão de perseguições, incoerências e atrocidades cometidas. Se o gesto não retoma o passado para corrigi-lo, ao menos é pedagógico em relação ao presente. No porvir, quantas instituições estarão “arrependidas” das tolices e abusos que atualmente nos maltratam? Pois em 2013 houve um desses “arrependimentos”. A coroa britânica através da “Prerrogativa Real de Piedade”, removeu acusações contra o pioneiro dos cálculos que viriam fundamentar a computação. Em 1952, o homem que ajudou a decifrar os códigos dos nazistas, sendo essencial para o fim da Segunda Guerra, foi sentenciado pela homossexualidade. Culpado, teve de optar entre a prisão ou “tratamento” hormonal. Submetido a injeções, tornou-se impotente e penou com crescimento dos mamilos.
MAÇÃ – Sintomática, a “apple” mordida está em destaque ao final da peça. Apple da informática, apple do fascínio de Turing por “Branca de Neve e os sete anões”. Apple envenenada que lhe tirou a vida em 1954.
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