Médico responsável pelo VigiaSUS participa de Simpósio no HE-UFPEL
Projeto que conta com participação do Centro de Pesquisas do Hospital Escola avalia pacientes com câncer de próstata
Implementar um protocolo assistencial de vigilância ativa (VA) em câncer de próstata de baixo risco em ambulatórios especializados no Sistema Único de Saúde (SUS) é o objetivo do projeto VigiaSUS. Para falar mais sobre a pesquisa, o Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), recebe na próxima sexta-feira (02/08), o médico responsável pelo VigiaSUS, o oncologista Pedro Isaacsson (foto), que participará de um Simpósio de Ensino e Pesquisa.
O Centro de Pesquisas do HE-UFPel está colaborando com a pesquisa VigiaSUS. O recrutamento de pacientes ainda está aberto e vai até o mês de outubro. O HE-UFPel busca pacientes diagnosticados com câncer de próstata de baixo risco, que serão acompanhados por dois anos dentro do estudo.
A vigilância ativa é uma estratégia de observação vigilante, com realização de exames periódicos no paciente envolvendo avaliação urológica e oncológica, teste PSA, biópsias e ressonância multiparamétrica de próstata.
São candidatos ao estudo pacientes diagnosticados com adenocarcinoma de próstata de baixo risco e expectativa de vida maior que 10 anos. Serão avaliados também taxa de manutenção em VA, desfechos de segurança, qualidade de vida e planejada análise de custo-efetividade
Para ser elegível ao VigiaSUS, é preciso ter diagnóstico de adenocarcinoma de próstata realizado nos últimos 12 meses, com doença localizada, exame de PSA menor que 10 ng/ml e biópsia prostática com Escore de Gleason menor ou igual a 6.
O projeto é liderado pelo Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, e realizado através de financiamento via PROADI-SUS. Foi aprovado para realização no HE-UFPel em junho de 2022, com parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa nº 5.655.650 e encontra-se em fase de recrutamento.
“A pesquisa representa mais uma perspectiva de cuidado oferecido aos usuários SUS. Mesmo não sendo um estudo intervencionista, ela oferece o acompanhamento do paciente pela equipe multiprofissional, além da oportunidade de aprofundamento de seus diagnósticos, através dos exames financiados pelos próprios estudos, exames estes que por vezes o paciente não teria acesso ou demoraria muito para conseguir agendamento pelo sistema público”, explica Luciane Higa, coordenadora do estudo no HE-UFPel.
Para a médica oncologista, investigadora responsável pelo projeto e chefe do Setor de Pesquisa do HE-UFPel, “participar de estudos clínicos pode oferecer aos pacientes a oportunidade de receber cuidados de última geração, contribuir para o avanço da medicina e, em muitos casos, melhorar suas próprias perspectivas de tratamento e de diagnostico. É essencial que os pacientes tenham acesso a informações detalhadas sobre pesquisas clínicas para que possam tomar decisões informadas sobre sua participação. No estudo de vigilância ativa temos a oportunidade de estudar e acompanhar um tipo de câncer de próstata que tem um comportamento pouco agressivo e que pode não necessitar de tratamentos agressivos, fortalecendo a qualidade de vida dos pacientes associado a informações precisas sobre sua doença e acompanhamento por equipe de uro-oncologia. Os resultados de estudos clínicos ajudam a expandir o conhecimento médico sobre o câncer de próstata, o que, por sua vez, influencia as diretrizes de tratamento e beneficia futuros pacientes”.