Mês Mundial dos Cuidados Paliativos promove diálogo e desmistificação no HE
Equipe de Consultoria em Cuidados Paliativos montou uma estrutura interativa no corredor principal e recebeu profissionais de diversas áreas para uma conversa leve e esclarecedora sobre mitos e verdades do tema
Em alusão ao Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, celebrado anualmente no segundo sábado de outubro, Equipe de Consultoria em Cuidados Paliativos do Hospital Escola, composta pela enfermeira Ana Cristina Fraga, pela psicóloga Daynah Leal e pela médica paliativista Camila Martins, realizou nos dias 16 e 17 de outubro, uma ação especial com o objetivo de aproximar o tema dos profissionais de saúde e fomentar uma cultura de acolhimento.
Este ano, a campanha mundial trouxe como tema “Cumprindo a promessa: acesso universal aos Cuidados Paliativos”, destacando a importância de ampliar esse cuidado como direito humano fundamental e de refletir se, de fato, estamos cumprindo essa promessa na prática cotidiana e ofertando Cuidados Paliativos. A “promessa” a que o tema de 2025 se refere não é um tratado nem um acordo internacional formal, mas sim uma resolução da Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovada em 2014, que estabeleceu um compromisso político e ético global com os Cuidados Paliativos.
A estrutura interativa, montada no corredor principal do hospital, chamou a atenção de quem passava. A proposta era simples e envolvente: “O que você sabe sobre Cuidados Paliativos?”. A partir daí, os participantes eram convidados a responder perguntas de certo ou errado, dando início a conversas espontâneas e esclarecedoras.
A ação atraiu profissionais das áreas assistenciais e até colaboradores das áreas administrativas, demonstrando que o interesse pelo tema ultrapassa as fronteiras do cuidado direto. Muitos relataram que, embora os cuidados paliativos estejam em discussão mundial desde 2014, ainda é comum associá-los exclusivamente ao fim de vida.
Entre as perguntas para questionar sobre certo ou errado:
- Cuidados paliativos é para quem está morrendo
- Paciente em Cuidados Paliativos não deve tratar a doença?
- Quem ainda não tem diagnóstico não pode receber Cuidados Paliativos?
- Cuidados Paliativos é um apoio técnico para cuidar do sofrimento?
- Cuidados Paliativos iniciam quando “não tem mais nada para fazer” ?
A equipe reforçou que Cuidados Paliativos não são ofertados apenas no final da vida, quanto antes forem iniciados, maior o benefício para pacientes, familiares, cuidadores e equipes.
Mais do que uma ação informativa, foi um convite à reflexão, mostrando que falar sobre cuidados paliativos é falar sobre vida, dignidade e escolhas.
Este ano, a campanha mundial trouxe como lema “Cumprindo a promessa: acesso universal aos cuidados paliativos”, destacando a importância de ampliar esse cuidado como direito humano fundamental.
Para a médica paliativista da Consultoria de Cuidados Paliativos do HE-UFPel, Camila Ractz Martins, “os Cuidados Paliativos vêm numa crescente porque se trata de uma assistência voltada a pacientes com qualquer doença ou condição que ameace a vida, priorizando o controle de sintomas nas esferas físicas, sociais, psicológicos e espirituais, o cuidado centrado no paciente. É uma verdadeira tecnologia humana, uma forma de cuidar que combina ciência, métodos para relacionar-se e comunicar-se e respeito às escolhas e valores de cada pessoa.
Os Cuidados Paliativos são cada vez mais reconhecidos como uma parte essencial dos sistemas de saúde. A demanda por esse tipo de abordagem é crescente em todo o mundo devido ao envelhecimento populacional, o qual é associado às pessoas viverem com condições de saúde mais complexas, decorrentes da maior prevalência de pessoas convivendo com neoplasias e/ou doenças crônico-degenerativas.
Segundo o Manual de Cuidados Paliativos, a compreensão sobre os Cuidados Paliativos vem sendo elaborada ao longo de seu processo de definição, atualizado pela Organização Mundial da Saúde em 2018. Ela determina que cuidados paliativos são uma abordagem que melhora a qualidade de vida de pacientes (adultos e crianças) e famílias que enfrentam problemas associados a doenças que ameaçam a vida, prevenindo e aliviando o sofrimento por meio da identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e de outros problemas físicos, psicossociais ou espirituais







