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Nova geração de medicamentos e terapias revolucionam o tratamento do câncer

Nova geração de medicamentos e terapias revolucionam o tratamento do câncer
10 abril
14:55 2018

Médico explica quais são e a importância das novas terapias que estão modificando a maneira de tratar o câncer

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 14 milhões de pessoas desenvolvem a doença anualmente. Já o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima que, neste ano, sejam diagnosticados 600 mil novos casos da doença, mesma projeção para o ano de 2019.

Os dados são alarmantes, mas os avanços em pesquisas sobre o genoma dos cânceres, a biologia dos tumores e suas resistências, fez com que surgissem novas terapias e medicamentos que estão se tornando fortes aliadas no tratamento e na cura da doença.

Segundo o coordenador clínico do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Ariel Kann, a oncologia caminha cada vez mais para o tratamento individualizado. “As recomendações para o tratamento passaram a ter como base, não apenas a doença, mas também o tipo específico do câncer e as características do paciente. Neste contexto, surgiram outras opções além da tradicional quimioterapia, como drogas-alvo e imunoterapia, que podem ser utilizadas isoladamente ou em combinação”, explica.

Imunoterapia, terapia-alvo (ou drogas-alvo) e CAR T-Cells fazem parte da nova geração de terapias que são consideradas revolucionárias no tratamento do câncer. Além disso, nos últimos anos, muitos medicamentos já existentes passaram a ser indicados em outros tipos de câncer, baseadas em estudos científicos, como é o caso da imunoterapia.

Veja abaixo quais são essas novas drogas e terapias que vem aumentando as chances de cura do câncer e em quais tipos já são indicadas para tratamento no país:

IMUNOTERAPIA

                O QUE É? O corpo humano possui um sistema imunológico extremamente atento e específico para atacar microrganismos e células estranhas. Porém, os tumores malignos desenvolvem mecanismos, que os fazem crescer dentro do corpo, passando despercebidos pelo sistema imunológico. Os medicamentos imunoterápicos são anticorpos que retiram esse “freio” da resposta imunológica e fazem com que o organismo enxergue os tumores como inimigos e os ataquem.

EM QUAIS CASOS É INDICADA? No Brasil, a imunoterapia já pode ser utilizada no tratamento de câncer de pulmões, bexiga, rins, melanoma (pele), cabeça e pescoço e linfomas de Hodgkin.

TERAPIA-ALVO OU DROGA-ALVO

                O QUE É? As terapias-alvo são drogas que atuam em alvos específicos das células tumorais. Se aproveitam da diferença que a célula tumoral possui em relação as células normais e conseguem agir mais especificamente em determinadas alterações genéticas do câncer. Em geral, não possuem tantos eventos adversos como a quimioterapia. As drogas-alvo podem agir isoladamente ou em combinação com quimioterapia, radioterapia ou imunoterapias.

EM QUAIS CASOS É INDICADA? Câncer de rins, pulmões, mamas e pele.(+ intestino, ovário, linfomas,

CAR T-CELL

                O QUE É? CAR T-cell é uma nova forma de terapia contra o câncer que foi criada com uma incrível tecnologia: os linfócitos T (células de defesa) dos pacientes são modificados em laboratório para se ligar as células tumorais e eliminá-las. Para isso, o sangue do paciente é colhido e filtrado por uma máquina de aférese (a mesma utilizada para doação de sangue, que separa as plaquetas) para obter as células T. Após esse procedimento, em laboratório, um gene para um receptor especial chamado “chimeric antigen receptor” é inserido nas células T. Milhões de células CAR T são estimuladas a crescer em laboratório e inseridas no paciente novamente. Estas células T irão reconhecer e eliminar as células do câncer. CAR T-cell deve chegar ao Brasil e foi considerada o principal avanço na luta contra o câncer em 2018 pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica.

EM QUAIS CASOS É INDICADA? Até o momento, já obteve sucesso em tratamentos de tumores hematológicos, como leucemia linfoblástica aguda de crianças, mieloma múltiplo e linfoma não Hodgkin.

A incorporação de novas drogas para o tratamento do câncer, seja isoladamente ou em combinação com as terapias convencionais (quimioterapia, cirurgia, radioterapia e hormonioterapia), beneficia um número cada vez maior de pacientes. Além disso, estas novas medicações podem ser utilizadas até mesmo em pacientes que não toleram tratamentos mais agressivos, como idosos ou aqueles em estágio mais avançado da doença. O objetivo segue sendo a cura, mas, quando esta não é possível, busca-se o maior tempo e qualidade de vida.

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