Diário da Manhã

sexta, 17 de maio de 2024

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O “Rap” revolucionário boicota o inimigo

30 abril
15:25 2014
Eduardo: “Vivemos luta de classes e o grupo dominante oprime com violência”

Eduardo: “Vivemos luta de classes e o grupo dominante oprime com violência”

A guerra está no cotidiano da realidade brasileira. Concentração de renda nas mãos de minoria, enquanto 180 milhões estão “sobrevivendo no inferno”. Nas vilas e bairros pobres, quando não é a polícia que protagoniza a violência contra moradores – nos grandes centros, explícitas ações de extermínio -, é o favelado que, desinformado e manipulado pela ideologia propagada pela grande mídia, mata o vizinho por motivos levianos. Em geral, correspondendo a estratégias do inimigo, que instiga ao consumo de álcool e drogas. Como o confronto armado seria desigual, a “paz” possível é a união da maioria da população. Ao invés de desavenças fúteis, conscientização acerca da exploração, opressão e violência. E a resistência pode ocorrer, conforme exemplos históricos na luta por direitos civis, através do boicote. Não fumar, não beber, não se drogar, não assistir as tolices da grande mídia. Outro caminho é a educação, conhecimento e saber, para a ocupação de espaços de decisão. Reflexão do rapper e escritor Eduardo Taddeo, que esteve palestrando e autografando na sede da ASUFPel.

LIVRO “A guerra não declarada na visão de um favelado”, conforme o autor, é dossiê sobre a história recente da desigualdade brasileira. Em especial, o depoimento de Eduardo – até ano passado integrou o grupo de Rap “Facção Central” -, que vivencia o cotidiano na periferia paulistana. Com apenas a quinta série do ensino fundamental, o compositor acreditou no estímulo para que escrevesse um livro. O resultado é uma obra audaciosa, contundente e provocadora. O lançamento em Pelotas foi promoção da Associação Hip Hop Pelotas e Bola 12 Produções, com patrocínio da UFPel e Secult. Apoio da CUT, SIMP, Sindicato dos Bancários e DCE/UFPel. Livro pode ser adquirido no site: literarua.com.br

ASUFPel-Sindicato com espaço repleto na palestra de segunda à noite

ASUFPel-Sindicato com espaço repleto na palestra de segunda à noite

IDEIAS – “Falta unidade à periferia que ainda não se enxerga como povo. As brigas e mortes muitas vezes são por causa de futebol, ou disputas entre moradores de regiões diferentes. Mas a mente drogada, alcoolizada, é consequência do inimigo que está sempre atuando. O jovem evade da escola pois não vê na família e vizinhos, alguém que tenha conquistado algo através do estudo. Mas o favelado quer o tênis, o celular e o carro, consumo que é estimulado pela mídia. Então observa que, no tráfico, em poucos dias alguém já está de moto. É parte da estratégia do inimigo, os ricos e poderosos, que visa eliminar o povo pobre. A desinformação, baixa escolaridade e discriminação, embaladas pela mídia que naturaliza a violência da polícia contra o favelado, bem como estimula a precoce erotização das crianças, compõem o cenário de guerra. Temos de ler, debater e compreender o que está acontecendo. Assim, exigindo política pública para educação e acesso ao mercado de trabalho, poderemos estabelecer outra cultura. Trata-se de prática igualitária, pois ninguém é melhor do que o outro. Então, sem restrições nem preconceitos. E a autogestão é o nosso caminho. O livro que divulgo foi todo feito, editado e produzido na periferia”, disse Eduardo.

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