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Obesidade afeta 1 em cada 5 brasileiros e aumenta risco de doenças graves como diabetes e câncer

Obesidade afeta 1 em cada 5 brasileiros e aumenta risco de doenças graves como diabetes e câncer
13 março
16:56 2020

Segundo endocrinologista, alimentação não é único fator que causa a obesidade; diagnóstico inclui fatores psicológicos e até genéticos

O comunicador Luciano Beregeno, 51 anos, morador de Brasília, é um dos milhões de brasileiros que já sofreram com a obesidade, doença que afeta quase um quinto da população, segundo o Ministério da Saúde. Há 10 anos, quando ele pesava 125 quilos, foi diagnosticado com um linfoma, tipo de câncer que ataca órgãos e tecidos que produzem as células responsáveis pela imunidade do organismo.

“Quando eu terminei a quimioterapia, o médico me alertou que eu precisava tratar a obesidade porque ela é um fator de risco que pode levar à reincidência do câncer”, conta.

“Alguns tipos de câncer são relacionados à obesidade. Ela diminui a expectativa de vida da pessoa e aumenta a mortalidade. É um problema de saúde pública que acomete grande parte da população brasileira. Então, é importante a gente identificar e tratar a obesidade”, alerta a endocrinologista e Diretora Médica da Novo Nordisk, Priscilla Mattar.

Além do câncer enfrentado por Luciano, a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Saúde Metabólica (ABESO) alerta que pessoas com obesidade têm mais chances de desenvolver pressão alta, problemas respiratórios, diabetes tipo 2 e complicações cardiovasculares, como insuficiência cardíaca, infartos e AVC.

                No caso de Luciano Beregeno, após se consultar com especialistas, a indicação médica foi a cirurgia bariátrica. Hoje, ele pesa 70 quilos, mas alerta que a redução de estômago não é o que garante uma vida saudável nem a manutenção do peso. “O que eu pude perceber foi que eu mudei meus hábitos. Não só os hábitos alimentares, como também a prática de exercícios físicos. Eu sei que a bariátrica não é uma solução definitiva. Não existe fórmula mágica para você emagrecer. Agora, eu tenho que lutar para manter meu peso”, afirma.obesidade1

Perigos

                Em busca do corpo perfeito, os brasileiros têm colocado em risco a própria saúde ao seguirem tratamentos e dietas “milagrosas” para emagrecer, comumente encontrados na internet e nas redes sociais. Essa prática, segundo especialistas, é perigosa porque a alimentação não é o único fator causador da obesidade.

“O que é importante é fazer o diagnóstico. A gente recomenda a busca por um profissional especializado, que consegue dar suporte ao paciente. Não é um tratamento simples. A obesidade pode ser causada por várias coisas diferentes. Tem alguns distúrbios psicológicos e até fatores genéticos que podem causar o diagnóstico. O estilo de vida moderno também propicia a obesidade”, esclarece a endocrinologista Priscilla Mattar.

A especialista reforça ainda que a orientação de médicos e psicólogos durante o tratamento da obesidade evita que a condição física interfira, por exemplo, na autoestima e no processo de acompanhamento do paciente. “Isso é importante até para tirar o peso das costas da pessoa com obesidade. Ela costuma sentir culpa pelo estado em que está, mas a gente sabe que não é algo para se culpar. Na verdade, é uma doença crônica, assim como um diabetes ou uma hipertensão”, completa Priscilla.

Como forma de prevenir a obesidade, principalmente entre crianças, a Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere o consumo de alimentos como arroz, trigo e batatas, combinados com legumes, vegetais frescos, frutas e alimentos de fonte animal. A dica é dar preferência para alimentos integrais, que contêm grande fonte de fibras e aumentam a saciedade.

É recomendado reduzir a ingestão de alimentos com alto teor de açúcar, sal e gorduras, substituindo por vegetais crus, nozes sem sal e frutas secas, por exemplo. A OMS orienta ainda que a dieta diária deve incluir carnes brancas e alimentos naturais cozidos ou assados, em vez de fritos.

Além de uma alimentação balanceada, a endocrinologista Priscilla Mattar aponta que a prática de exercícios físicos, ao menos, três vezes na semana contribui para diminuir os riscos da obesidade.

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