Obscéne rouba a cena e vence o GP Princesinha 2020
Com uma prova estratégica sob a condução de C. Farias o cavalo de Antonio Meirelles levou o GP dos 90 anos do Jockey Club de Pelotas
No dia em que a dupla formada pelo jóquei Jader E. Rosa e o treinador Marcos Petrechel brilhou ganhando quatro provas na sequência, Obscéne roubou a cena final e levantou a taça mais importante do domingo: o Grande Prêmio Princesinha 2020 – 90 Anos do Jockey Club de Pelotas. A vitória garante ao castanho de seis anos propriedade de Antonio Meirelles a primeira coroa da temporada e o gabarita a ser considerado favorito para os próximos clássicos.
A história em torno do título é marcada pelo trabalho pesado e dedicação de um treinador em busca de reabilitação, um proprietário que nunca desistiu, um jóquei multicampeão e um pequena dose de acaso. Tudo começa no início de 2020 quando Meirelles, que há duas décadas possui cavalos na Tablada, decidiu comprar Obscéne do Stud Mo Bay. Com cinco vitórias na Gávea (RJ) o castanho de seis anos filho de Wild Event (USA) e Chérie Gigi parecia forte e veloz o suficiente para fazer boa campanha na pista da Tablada.
Em Pelotas ele foi entregue aos cuidados do treinador Jean Pierre Corrêa, um talentoso preparador de cavalos, mas que nos últimos meses andava passando longe das vitórias. “Estava sem animais capazes de brigar por vitórias, mas agora Obscéne chegou para mudar isso e provar que trabalho sério dá resultado”, comenta J.P. Corrêa.
Neste domingo o último elemento que marcou o título entrou em cena: o acaso. Contratado para montar Dante Alighieri no GP, o jóquei pentacampeão do RS, Claudinei Farias ficou a pé no clássico quando a comissão veterinária barrou Dante por causa de uma lesão na pata dianteira esquerda. Instantes antes do alinhamento dos animais para o primeiro páreo, Mister Rouge disparou e derrubou seu jóquei Anthony Renan. Nem cavaleiro, nem cavalo sofreram ferimentos, mas o jóquei precisou ser levado ao Pronto Socorro para fazer uma radiografia. Com isso, A. Renan que montaria Obscéne no clássico ficou fora da reunião e C. Farias foi contratado para substituí-lo.
“Vim para Pelotas com uma boa montaria que acabou não correndo e acabei sendo chamado para assumir outro bom animal que correspondeu muito bem”, comenta C. Farias. Esta foi o segundo GP Princesinha conquistado por ele.
VITÓRIA DA ESTRATÉGIA – Em um páreo duro e sem favoritos a estratégia montada pelo treinador J.P. Corrêa de acompanhar os líderes e dar o bote nos instantes finais deu certo. Desde a largada Sédulus montado por José Antonio Rodrigues assumiu a ponta e se manteve na liderança durante mais de mil metros. Porém faltando 700 metros para o final, Obscéne emparelhou com ele seguido de perto por Peter Wells e Liberty Corner e duzentos metros adiante abriu um corpo de vantagem, enquanto Sédulus perdeu fôlego e posições. Ao final, o campeão cruzou a linha de chegada dos 1.800 metros com o tempo de 1min56seg, que passa a ser o novo recorde da distância que ainda não havia sido corrida na Tablada depois da reconstrução.
“Sédulus é um cavalo muito ligeiro, assisti duas corridas em São Paulo e sabia que ele iria largar e tomar a ponta, então fiz o que o treinador pediu para fazer. Me coloquei em segundo até os 700 metros finais onde fiquei do lado dele e mantive a posição até conseguir tirar uma vantagem e vencê-lo”, conta C. Farias.
É TETRA! – Mesmo diante da comemoração da equipe do campeão do Princesinha 2020 a dupla J.E. Rosa e M. Petrechel não conseguiu disfarçar a alegria com a domingueira afinal foram quatro triunfos, ou seja, ganharam todas as carreiras o dia com exceção do clássico. As vitórias vieram com Don Caramancho, Pratânia, Hoax e Malvado Favorito e colocaram a dupla no topo do ranking dos jóqueis e treinadores nesta temporada ambos com seis vitórias, pois cada um venceu duas na primeira reunião da temporada no final de agosto. De quebra Malvado Favorito do Haras Nacional passa a ser o líder do campeonato de animais com duas vitórias em duas apresentações.