OCUPA QUADRADO – Oficina de malabares, mostra e Hip Hop
Por Carlos Cogoy
À margem do São Gonçalo, território das “Doquinhas”, onde começa a rua Cel. Alberto Rosa, o progresso estará aportando. Ao invés de descobridores portugueses, pescadores coreanos. Carregados de lulas, estarão reativando o adormecido porto pelotense. No “Quadrado”, antigo ancoradouro, será possível espalmar a mão, protegendo-se do sol e exaltar a todos: “desenvolvimento à vista!”.
Para quem já não terá a pesca miúda do fim de tarde, o mate com os amigos, o futebol da meninada e a poesia da noite enluarada, o argumento tão recorrente quanto evasivo: geração de empregos. Como a matança das charqueadas, há menos de um século deixou de gerar dividendos, o canal agora será o cenário para os coreanos e sua matança de lulas nas Malvinas.
Progresso precisa ordem. E grade vai separar o Brasil da Coreia do Sul. Para nossa proteção e não sermos massacrados feito lulas, teremos guarda portuária. Eles terão a difícil responsabilidade de vigiar e punir a pesca miúda do fim de tarde, o mate com os amigos, o futebol da meninada e a poesia da noite enluarada.
No antigo ancoradouro, porém, território de indignação. E prossegue o calendário da resistência. Neste 23 de agosto e amanhã, ainda poderão ser visitadas mostras de Seli Maurício e “Doida da Espanha”, bem como a instalação de Gê Fonseca. Domingo a partir das 15h, oficina de malabares e edição especial do “In Rua”, programação com os versos improvisados do Freestyle do hip hop pelotense.