Os perigos da pré-eclâmpsia
No Brasil, a doença pode atingir cerca de 10% das pacientes durante a gestação, parto e pós-parto, apresentando complicações para o feto e recém-nascido, além de poder afetar a saúde da mãe a longo prazo
A doença representa um alto risco tanto para a mãe quanto para o feto. Conhecer os sinais e sintomas é primordial para alertar as mulheres quanto a necessidade de procurar uma assistência médica imediatamente.
A pré-eclâmpsia afeta cerca de 5 a 8% das mulheres em ao redor do mundo, podendo chegar a 10% em países em desenvolvimento. Estima-se que nestes países, as síndromes hipertensivas, incluindo a pré-eclâmpsia, sejam responsáveis por mais de 25% de todas as mortes maternas. A pré-eclâmpsia é um problema sério de saúde, que deve ser conhecida por todos e durante a gestação, prevenida e identificada o mais rápido possível.
A característica principal da doença é o surgimento ou piora da pressão arterial após a 20ª semana de gravidez (cerca do 5o mês). Esta alteração dos níveis pressóricos pode ser acompanhada por outros sinais e sintomas como: inchaço em pernas, mãos e rosto, ganho de peso excessivo (mais do que 1Kg por semana), turvação visual, dores abdominais, dores de cabeça intensas ou vômitos no final da gravidez. Frente a qualquer um destes achados, torna-se necessário que a gestante procure um atendimento médico o quanto antes.
Em algumas pacientes, o quadro de pré-eclâmpsia pode evoluir para complicações mais severas, como pulmonares, renais e hepáticas, incluindo quadros convulsivos (conhecido como eclâmpsia), sendo esta uma causa muito importante de morte durante a gestação ou após o parto.
A gestante que desenvolve pré-eclâmpsia não sofre, necessariamente, de hipertensão arterial crônica prévia e gestantes saudáveis e sem doenças prévias também podem desenvolver a doença.
Existem algumas pacientes que apresentam fatores de risco e tem mais chances de desenvolver a pré-eclâmpsia, são elas: pacientes que iniciam a gestação com pressão arterial elevada (acima de 130 x 80 mmHg), pacientes obesas, que já tiveram a doença em outra gestação, mulheres com doenças renais prévias, diabetes mellitos ou ainda mulheres que já tiveram a doença em outra gestação anterior.
Segundo o obstetra Henri Augusto Korkes, presidente da SOGESP (Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo – regional Sorocaba), é muito importante que as gestantes aprendam a reconhecer os sinais e sintomas de alerta para a pré-eclâmpsia, após a 20a semana da gravidez e que procurem atendimento sempre que necessário.
“Existem métodos para a prevenção da pré-eclâmpsia e eclâmpsia em gestantes de alto risco, sendo a principal linha de ação o uso do ácido acetilsalicílico (AAS) e do cálcio.” afirma Korkes.