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sexta, 03 de maio de 2024

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Patrulha Ambiental interdita pocilga

Patrulha Ambiental interdita pocilga
16 fevereiro
16:05 2016

Porcos02O proprietário considera-se Suinocultor, mas o que os soldados da PATRAM/Brigada Militar encontraram em uma propriedade no Monte Bonito – 9º Distrito de Pelotas – está longe disso e é chocante.

Mesmo os mais experientes soldados ambientais ficaram impressionados com o que viram na pocilga. Cerca de 2000 porcos em condições de extrema negligência e uma série de questões ambientais ignoradas.

Canibalismo, maus tratos, sujeira, carcaças jogadas à campo, lagoa de resíduos transbordando. Tudo isso a cerca de 800 metros do ponto de captação de água da ETA Sinott, que abastece parte da cidade de Pelotas.

Os animais eram vendidos para – pelo menos – dois frigoríficos da região. O local foi interditado.

DENÚNCIA LEVOU A BM AO LOCAL

Infestação de baratas nas péssimas instalações

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A primeira vistoria ao criadouro clandestino aconteceu no dia 05 de fevereiro, após denúncia. Os policiais da Companhia Ambiental da Brigada Militar constataram que a propriedade rural não possuía licenciamento ambiental. No local também operava uma pequena fábrica de rações, sem licença e sem responsável técnico. Eram cerca de quatro funcionários, que trabalhavam em locais sem nenhuma condição de higiene e sem equipamentos de proteção individual (EPI).

Os policiais não conseguiram contato com o dono da propriedade, de iniciais S.L.G, porém sua irmã C.L.G. apresentou-se como responsável e foi conduzida até a Delegacia de Polícia Civil, onde foi ouvida e liberada.

Na manhã da última segunda-feira (15), os policiais retornaram à propriedade, com apoio da Secretaria Estadual de Agropecuária e Irrigação, de uma equipe da Secretaria de Qualidade Ambiental do município de Pelotas e também acompanhados de técnicos do Laboratório da UFPel.

Ficou constatado que nenhuma providência havia sido tomada pelos proprietários. “A situação é revoltante”, disse o Soldado Nunes, da Patram.

Os animais serão submetidos a análise sanitária para verificar se existe condições de removê-los para outro local ou se deverão ser sacrificados, já que há vários porcos doentes, com tumores visíveis e em péssimas condições sanitárias, todos misturados.

A Patram mostrou preocupação quanto às lagoas de contenção e também com o grande número de carcaças espalhadas pelo campo. As lagoas transbordaram e os dejetos podem ter atingido o lençol freático. A propriedade fica próxima, cerca de 800 metros, do ponto de captação de água da Estação de Tratamento do Sinott.

O Sanep informou que a qualidade da água tratada e oferecida à população é monitorada periodicamente e está dentro das normas técnicas de potabilidade. Até o momento, não foi constatada nenhuma alteração na qualidade da água oriunda da ETA Sinott.

PRÓXIMO PASSO

A ocorrência segue em andamento, segundo a PATRAM, e agora serão analisados todos os crimes ambientais cometidos e elaboradas análises técnicas e periciais complementares. O levantamento será remetido às autoridades policiais e ao Ministério Público, para as devidas providências.

Em outra ponta da investigação, a Secretaria da Agricultura irá requisitar as notas fiscais de compra dos abatedouros da região, para identificar os compradores desses animais criados completamente fora das normas sanitárias.

Animais eram vendidos para frigoríficos de Pelotas

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