Diário da Manhã

sexta, 26 de abril de 2024

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PONTEIRO: Celso “áureo-cerúleo” Guimarães

21 março
17:08 2014
Ex-atacante fez história no futebol de Pelotas e região e guarda na memória os melhores momentos da sua paixão pelo esporte

Ex-atacante fez história no futebol de Pelotas e região e guarda na memória os melhores momentos da sua paixão pelo esporte

Como atleta, a primeira camiseta foi a do Grêmio Atlético Farroupilha, aos 11 anos. Ainda jovem, também passou pelo futsal do Grêmio Esportivo Brasil, Cruzeiro do Sul e Paulista. É alguém que se pode chamar de amigo da bola, que sempre a tratou com carinho, nas quadras e nos gramados, tem uma história no futebol de Pelotas, com passagens por outros clubes do Estado e até de fora, como o Juventude, de Caxias do Sul, em 1981, e Araçatuba, de São Paulo, em 87.  Teve ainda, em 1979, uma passagem pelo Novo Hamburgo, na disputa de um campeonato nacional.

Na cidade Princesa do Sul, Celso Fernando Rocha Guimarães, hoje com 56 anos, é reconhecido por torcedores do Esporte Clube Pelotas e Grêmio Esportivo Brasil, mais pelos áureo-cerúleos, como um ponteiro-direito, dos tempos em que se jogava com ponteiros. Era rápido, driblador, conhecia fundamentos básicos do futebol: sabia “bater” na bola e, principalmente, fazer cruzamentos para os atacantes de área. Sabia escapar dos marcadores, mais do que dos corneteiros de plantão, seus amigos, que cobravam que Celso não “dividia”. A resposta era rápida, precisa como seus cruzamentos: “Não sou calculadora para dividir, sou jogador de futebol”, defendia-se.

 

No currículo de Guimarães constam também suas passagens pelo Lobão, Xavante, Farroupilha e Guarany de Bagé. Nos bastidores de sua carreira, “causos” que foram para o folclore do futebol. Em 1982, foi vestir a camisa do Grêmio Esportivo Brasil a ped

ido do técnico Paulo de Sousa Lobo, o Galego, o mesmo que não o quis na Baixada em 1981. Manias do “velho” Galego, com o qual trabalhou durante cerca de 12 anos durante sua carreira futebolística. Tem história também sobre dirigente áureo-cerúleo que o mandou “entrar numa reunião para pedir para ser contratado”. Isso foi em 1987, era jogador do clube, mas havia “quem não o quisesse” na Boca do Lobo.

“Acredito que foi minha maior decepção no futebol”, reconhece, sem se aprofundar em mágoas, dessas que não levam a lugar algum. Prefere lembrar dos melhores momentos, nos anos 80, quando foi titular absoluto de um “timaço” azul e amarelo, jogando com atletas que estarão para sempre na história do clube e memória dos torcedores, como Ademir Alcântara, Alamir Barreto, Paulo Ricardo, Juarez, Jorge Luiz, dentre outros.

Celso Guimarães é reconhecidamente identificado com o Esporte Clube Pelotas. Após largar a “bola” como jogador profissional, chegou a ser funcionário do clube, como técnico da equipe júnior. “Aprendi a ser Pelotas pelos cerca de 20 anos que passei no clube”, revela o ex-atleta, que após encerrar a carreira também andou “apitando” jogos de futsal durante uns três anos, pela Federação Gaucha de Futsal.

DIFERENÇAS – Os tempos atuais no futebol são mais “modernos” que quando Celso jogava. Boleiro de agora vive cercado de mordomias, diferente do tempo das “antigas”. Bem diferente. “O futebol era mais pegado, mais disputado; a preparação era diferente, com menos condições para se trabalhar”, lembra, contando épocas em que a preparação física, por exemplo, era feita com os atletas “subindo e descendo” arquibancadas, ou correndo em vias públicas.

O tempo do ex-ponteiro, que no inicio da carreira era meia-atacante, segundo ele mesmo, foi bom. Não há arrependimentos, pelo contrário: se não deu para ganhar fortunas com o futebol, foi possível criar boas amizades, ser reconhecido, respeitado.

“Futebol é algo simples, não se pode e não se deve complicar. Quando se começa a inventar muito há o risco de errar o caminho e chegar à situações que não se quer” disse Celso (Foto: Alisson Assumpção/DM)

“Futebol é algo simples, não se pode e não se deve complicar. Quando se começa a inventar muito há o risco de errar o caminho e chegar à situações que não se quer” disse Celso (Foto: Alisson Assumpção/DM)

CONSELHOS – “Futebol é algo simples, não se pode e não se deve complicar”, diz Guimarães. “Quando se começa a inventar muito há o risco de errar o caminho e chegar a situações que não se quer”, continua.

A ajuda de quem já esteve “lá” é sempre importante para os que querem chegar “lá”.  “O que se vê muito hoje são jovens que como uma foca sabem brincar com a bola, fazer malabarismos, mas sem muita  objetividade quando a coisa é séria, valendo. Falta trabalhar mais fundamentos, ouvir mais, aprimorar técnicas fundamentais para ser no mínimo um bom jogador”, ensina o ex-ponteiro, do tempo em que se jogava com ponteiros, que sabiam atacar, driblar, cruzar, fazer gols, e ainda precisavam ajudar na marcação quando eram atacados pelos adversários.

Celso podia não ser um bom marcador, mas exigia marcação firme de parte dos seus adversários, caso contrário alguém do seu time – poderia ser ele mesmo – com certeza iria correr para o abraço e para a galera.

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