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domingo, 24 de novembro de 2024

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População LGBTI deve ter cuidados específicos durante atendimento médico

População LGBTI deve ter cuidados específicos durante atendimento médico
27 junho
10:55 2018

Abordagem precisa acolher diversidade e considerar as equidades de acordo com a orientação sexual do paciente, com o objetivo de não provocar constrangimento e tornar a consulta mais produtiva

Devido à falta de conhecimentos, muitos profissionais de saúde cometem equívocos no atendimento ao se depararem com pessoas LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, mulheres transexuais, homens trans e pessoas intersexo). Por se tratar de uma população vulnerável e invisibilizada mesmo dentro da área médica, os profissionais de saúde geralmente cometem equívocos já no cumprimento ao paciente. Porém com as orientações do Grupo de Trabalho de Gênero, Sexualidade, Diversidade e Direitos da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) é possível tornar a consulta mais efetiva e resolutiva, a fim de proporcionar melhor qualidade de vida e bem-estar às pessoas atendidas.

“Existem habilidades e atitudes que médicos de família e comunidade, assim como de outras especialidades, podem adotar em todos os atendimentos para oferecer um bom acolhimento a qualquer pessoa. Deve-se abordar a homossexualidade, a bissexualidade e a assexualidade como ‘orientações afetivo-sexuais’, pois o desejo e o afeto nas relações humanas existem independentemente da opção que cada um possa fazer por declarar ou não, às outras pessoas, os relacionamentos que tem ou que deseja ter.  Portanto é errado falar em ‘opção sexual’ ”, explica Ana Paula Andreotti Amorim, médica de família e comunidade, membro do Grupo de Trabalho da SBMFC.

Além disso, as pessoas transexuais devem sempre ser chamadas pelo nome com o qual se identificam. O uso do nome social é um direito dentro do Sistema Único de Saúde e das instituições públicas. Mesmo os serviços de saúde privados podem ser processados judicialmente caso não respeitem o nome social, pois apesar de não haver lei específica, há jurisprudência no tema.

Ana Paula ressalta que a população LGBTI sofre preconceitos específicos e em intensidades variadas. Algumas violências são frequentes mesmo dentro dos serviços de saúde, como negação de direitos, omissão de cuidados, estigmatizações e constrangimentos, além de diversas formas de violências verbais, morais, institucionais e até físicas. É muito comum profissionais de saúde deslegitimarem a identidade das pessoas LGBT, como por exemplo recomendar que uma pesoa reconsidere a forma como se reconhece.

“Outro tópico importante a ser lembrado é que as pessoas travestis e transexuais não mudam o seu gênero, mas elas podem sentir necessidade de realizar uma transição social para o gênero com o qual melhor se identificam. A formação em gênero e sexualidade dentro das universidades ainda é escassa e a maioria dos profissionais se forma sem saber como atender às necessidades de saúde da população LGBTI. Um passo importante de uma política pública seria tornar recomendável ou até obrigatório este conteúdo dentro dos cursos de saúde”, informa a médica de família e comunidade.

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