Diário da Manhã

Secretaria de cultura homenageou artistas e lideranças da cultura popular
CRÉDITO:
Cogoy

Histórias demasiadamente humanas. Narrativas solidárias que iniciaram no século passado. Inventores criativos em lugares esquecidos. Gente humilde com ritmos na viela de chão batido. Pelotenses com arte nas veias. Protagonistas invisíveis aos plantonistas do poder que deveria ser “público”. Na terça à noite, num daqueles casarões à Praça Cel. Pedro Osório, esboço de contraponto à trajetória elitista do lugar. No ritmo do samba e batidas monitoradas pelo DJ Vagner – mais votado à premiação -, a emoção de Elves Beles. Desde jovem ele desenvolve oficinas sobre a cultura afro, em especial a gestualidade que caracteriza o Carnaval.

As lágrimas de Elves – tratou de comparecer trajando terno, expressando a relevância da premiação -, sintetizam a emotividade pelo reconhecimento de tantos anos, a luta diante de inúmeras dificuldades, a resistência perante portas que se fecharam. E a emoção misturava-se com o riso, pois o momento era de festa popular. E no tablado, Ben Hur Flores não se conteve, girou, pulou, extravasou. Descontração proveniente do Bairro Getúlio Vargas (BGV). Quando tocou  Jimmy Cliff, Vilson Couto esticou um braço, depois outro, agachou-se, reergueu-se, deixando  o corpo suingar. Vilson, quem é? Ah, Mister Pelé.

Um pouco da premiação de reconhecimento da cultura popular, oportuna e histórica iniciativa da Secult, cuja festa aconteceu nesta semana. Também agraciados: Jair ‘Brown’; Daniel Amaro; Jonas Fernando; Paulinho do Trem do Sul; Marta do “Renovação”. Ainda, Cassia Fernandes, Diego Carvalho, Ivanilda Macedo e Instituto Lar de Jesus.

O prêmio sinaliza para nova etapa. Não é suficiente, mas instiga a boas perspectivas. Falta muito para o merecido reconhecimento à cultura popular. A festa continua…

(C0G0Y)